Territórios de vida e de esperança nos acampamentos Fortaleza e Renascer na Mesorregião Sudeste de Mato Grosso, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT112214Resumo
Esta pesquisa apresenta algumas discussões fundamentadas na lógica da organização dos acampamentos de sem-terra, entendida como lugar de resistência, ou seja, a reativação das ações desses trabalhadores rurais. Os discursos sobre a organização social dos acampamentos tem sido preocupação de vários segmentos, disciplinas e órgãos governamentais ou não. Foram visitados e mapeados os acampamentos Fortaleza no município de Guiratinga e Renascer no município de Pedra Preta, ambos localizados na mesorregião sudeste do estado de Mato Grosso, onde foi aplicado um questionário que buscou identificar o perfil do acampado, bem como compreender a lógica dos fluxos de pessoas que, mesmo morando no acampamento, estabelece certa mobilidade entre o rural e o urbano. Dos 18 entrevistados, 10 (55,5%) residem constantemente no acampamento, enquanto 8 (44,4%) são itinerantes. Nesta ótica 15 (83,3%) concordam com este fluxo, principalmente pela necessidade de trabalho; a renda mínima das atividades no acampamento e para a melhoria de qualidade de vida. Nesta perspectiva o acampamento configura-se como um território provisório, ou seja, um território de vida e esperança, que busca na concretização do assentamento, a transformação social.