A estrangeirização de terras na Amazônia Legal brasileira entre os anos 2003 e 2014
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT112305Resumen
A Amazônia não foi integrada a economia brasileira como resposta aos problemas de outras regiões do país: a modernização do Sul e Sudeste e a concentração de terras do Nordeste, mas sim estratégia para expansão do capital privado (empresas nacionais e internacionais) sobre o espaço agrário da região. Após várias décadas de ocupação da chamada "fronteira agrícola", tem-se atualmente um território que padece dos problemas estruturantes em consequência dos desequilíbrios regionais. Mais do que isso, verifica-se investimentos estrangeiros que assumem, pela apropriação e dominação de terras, em certa maneira o controle do território. Na perspectiva de contribuir para reflexões sobre as consequências do processo de estrangeirização, sistematizou os dados oficiais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, os quais apontam para o aumento de áreas em posse de estrangeiros na Amazônia Legal, entre os anos 2003 e 2014, com destaque ao Estado do Pará que soma 88% do total das terras em posse de estrangeiros na região. Em análise, destaca-se o aumento significativo do percentual de terras em posse de Pessoas Jurídicas (PJ), ou seja, maior apropriação e domínio de terras por parte de empresas estrangeiras no território amazônico.