A fronteira agrícola e os conflitos territoriais no Norte do Tocantins (Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153912Abstract
Os estudos fronteiriços têm ocupado debates importantes, sobretudo, na ciência geográfica, recebendo ao longo do tempo e do espaço diferentes definições, deixando de ser vista apenas como delimitação de um mapa, e passando a ser compreendida também enquanto um processo complexo e contraditório, envolvendo diferentes sujeitos sociais. Martins (2009) afirma que a melhor caracterização de um espaço fronteiriço é o conflito que nele ocorre. Esse artigo tem por objetivo revelar conflitos sociais no Norte do Estado do Tocantins na Amazônia Legal, ocorridos, muitas vezes, no processo de expansão da fronteira agrícola em terras ocupadas por camponeses posseiros. Para tal, foram utilizadas as seguintes referências teóricas (Martins, 2009; Furtado, 2014; Machado, 1992 e Lopes, 2018) e visitas a campo (no ano de 2019) com entrevistas semiestruturadas e registros fotográficos. A resistência dos camponeses do Acampamento Gabriel Filho em Palmeirante-To, tem se configurado em ações de luta pela terra. Na vida de acampado, situações conflituosas envolvendo os camponeses e os empresários capitalistas são identificadas em depoimentos que envolvem intimidação, perseguição e medo da morte.