Agricultura urbana e periurbana
reterritorialização de vítimas do conflito armado e de camponeses em Bogotá - Colômbia
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164019Resumo
Por mais de 60 anos, a Colômbia tem vivido um conflito interno, confrontando o Estado com diferentes grupos armados como guerrilhas de extrema esquerda, paramilitares, bandas criminais, entre outros. Por trás há interesses na ocupação de terras e apropriação das rotas de narcotráfico. Em decorrência, mais de 8 milhões de pessoas foram deslocadas de zonas rurais. A esse fenômeno somou-se a desigualdade socioeconômica do campo, que intensificou a migração dos camponeses para cidades como Bogotá. Nesse cenário de mobilidade espacial rural-urbana, o objetivo do artigo foi evidenciar o papel da agricultura urbana (AU) no processo de reterritorialização de Bogotá feito por vítimas do conflito armado e camponeses. Para tal, fez-se uma revisão bibliográfica de pesquisas realizadas entre os anos 2009 e 2019, e que abordaram o tema hortas urbanas cultivadas na capital da Colômbia por vítimas do conflito e/ou camponeses(as). Analisaram-se os resultados de 15 pesquisas e entre os achados destaca-se que as práticas da AU propiciaram o encontro entre pessoas de diversas regiões do país e a formação de vínculos; facilitaram o surgimento de redes sociais e, por último, permitiram o resgate de memórias, narrações e saberes das comunidades.