Crise alimentar e geopolítica dos alimentos
regime neoliberal corporativo e o aprofundamento do projeto de insegurança alimentar global no século XXI
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT195573703Palavras-chave:
geopolítica, alimentos, corporações, crise, insegurança alimentarResumo
Esse artigo explora as propostas da nova geopolítica dos alimentos e da insegurança alimentar, ou do papel dos alimentos como trunfo na configuração das relações de poder no século XXI. Para sustentar empiricamente a análise histórica e teórica, analisamos os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Atlas do Agronegócio. A partir disso, discutimos o processo histórico que deu origem à crise dos sistemas agroalimentares mundiais e as duas tendências da nova geopolítica dos alimentos: (1) uma que a trata como adendo da competição mundial por recursos; (2) outra que a trata como uma falha de mercado ou falta de tecnologia. Os dados sugerem correlação positiva entre a nova geopolítica dos alimentos e a insegurança alimentar, associada à dependência de importações dos países do Sul, à concentração da produção mundial em poucos países e o controle do comércio mundial restrito a poucas corporações. Conclui-se que questões como fome, obesidade e insegurança alimentar, bem como a apropriação de terras, a difusão da biotecnologia e o domínio corporativo dos sistemas agroalimentares mundiais são derivados da crise do regime alimentar neoliberal corporativo e devem influenciar as análises geopolíticas dos alimentos.
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