De espaço de vida da trajetória camponesa a território do agronegócio
o caso do município de Vera, MT
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164105Resumo
O estudo busca tratar do território ocupado no município de Vera, MT, durante o processo de expansão capitalista. A ocupação inicial deveu-se à expansão da fronteira agrícola capitalista ao Centro-Oeste e Amazônia e ocorreu em diversas fases, gerando profundas implicações socioambientais. Muitos campesinos para lá se dirigiram, necessitando abrir espaços para se instalarem. Na sequência, a exploração madeireira impulsionou a chegada de novos migrantes quando parte da força de trabalho do campo foi deslocada à extração de madeira. A atividade foi intensa nas décadas de 1980 e 1990, movimentando os espaços rurais e a cidade com diversas indústrias de beneficiamento. Em período mais recente (2000 em diante), ocorreu a apropriação do território pelo agronegócio ligado às corporações de commodities, trazendo implicações econômicas e sociais à população da pequena cidade e mesmo à agricultura camponesa. A supressão da floresta com a finalidade de desenvolvimento da agricultura comercial de grãos ocasionou enorme degradação ao bioma e, ao mesmo tempo, inseriu a alienação do território ao mundo corporativo. Assim sendo, a perspectiva de renda e trabalho se dá, quase em sua totalidade vinculada a agricultura comercial de larga escala