Dos vagões ao asfalto
poder local e uso do território em Anápolis/GO (1936-1976).
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153809Resumo
Partimos da análise da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), por meio da qual, em pesquisa documental e verticalizada, acessamos questões que ajudam na compreensão da formação e uso do território anapolino no que concerne à ordem infraestrutural e simbólica. A metodologia se baseou no estudo dos condicionantes sócio-históricos dos atores escolhidos e na leitura e catalogação de atas de reunião produzidas pela entidade. O recorte temporal sugerido se deu para atender aos objetivos de pensar, com aporte das atas, a participação da ACIA nos processos de produção e uso do território anapolino e goiano, em que destacamos aqui os modais ferroviário e rodoviário. Empreende-se assim uma análise profunda nesse intervalo (1936–1976), onde concluímos que a associação e a classe representada por ela se inseria no quadro de poder local anapolino a partir do poder simbólico acumulado pelos atores, e utilizava desse capital político para fazer reivindicações ao poder público. Apesar de conseguir o atendimento de alguns pleitos, a classe dominante anapolina era muitas vezes preterida por Brasília, nova capital federal, e principalmente Goiânia, então recém-construída capital do estado de Goiás.