As trajetórias dos trabalhadores canavieiros na região do Pontal do Paranapanema e o espectro do desemprego
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153503Resumo
Neste texto evidenciamos que o movimento territorial e a plasticidade do trabalho são acontecimentos indissociáveis que marcam as trajetórias (laboral, social e territorial) dos sujeitos que trabalham nos domínios do agrohidronegócio canavieiro no Pontal do Paranapanema. Propomos interpretar as trajetórias através dos significados presentes nas entrevistas coletadas junto aos trabalhadores, analisadas como fontes orais que nos possibilitam “apreender a dialética do ir e vir”, diante das incessantes mudanças de lavras induzidas pelas múltiplas reestruturações do “agro”, as quais têm alterado, além de sua dinâmica produtiva, a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. A centralidade de ouvir os sujeitos que trabalham, valorizando suas memórias, nos permitiu constatar que suas trajetórias são permeadas pelo espectro do desemprego. Dessa forma, o desemprego não é um momento passageiro na vida dos trabalhadores, este deixa marcas, já que os períodos de extrema dificuldade não atingem somente a vida do sujeito que trabalha, mas de toda sua família.