O debate paradigmático e o modelo hegemônico de desenvolvimento
do agrário para o rural
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT133003Resumo
O texto apresenta uma narrativa que se contrapõe ao pensamento dominânte sobre a mudança paradigmática do desenvolvimento, que adota o rural em substituição ao agrário como parte da solução para os problemas relacionados ao campo brasileiro. O objetivo principal é provocar uma discussão sobre a essência desse modelo de desenvolvimento institucionalizado na década de 2000, considerando-o como parte de um processo maior que institucionaliza um reordenamento no uso e ocupação do espaço rural pelo capital mundializado, iniciando um novo ciclo de acumulação imprescindível para o desenvolvimento das forças produtivas atuais. O texto foi construído a partir das discussões teoricas que permearam a literatura sobre o futuro do espaço agrário, centrando-se em compreender a mudança de paradigma que desloca a questão agrária para o desenvolvimento rural. A narrativa apresenta os aspectos que foram delineados no sgovernos FHC e Lula, que teoricamente apresenta diferenças, mas que em essência representou uma continuidade do modelo neoliberal e o fortalecimento das forças conservadoras que impedem qualquer mudança na estrutura agrária e, portanto, impedindo uma real mudança social no campo brasileiro, limitando-se apenas em atender demandas de segmentos específicos e de curto prazo, impossibilitando, de fato, o desenvolvimento rural sustentável no espaço agrário brasileiro.