Prorrogação do prazo de submissão - DOSSIÊ: COMO VAI VOCÊ, 2013? Lutas políticas e práticas artísticas no Brasil Contemporâneo

O ano de 2013, se estendendo para 2014, marcou nossa história como um período de ocupação dos espaços públicos das grandes cidades no Brasil. Manifestações políticas de vertentes diversas, organizadas nas redes sociais, tomavam as ruas em luta por suas pautas. As imagens dessas lutas voltavam novamente para as redes, produzindo narrativas e debates intermináveis sobre o que afinal estava acontecendo. Se, por um lado, há quem defenda a ideia de que esse foi o período no qual o ovo da serpente fascista da ultradireita foi chocado, por outro lado, reduzir 2013 a isso seria simplista e desonesto. Movimentos pela democratização do  transporte urbano, pelo direito à moradia, contra a gentrificação, pelo direito à vida da população negra, favelada, LGBTQIAPN+, entre outras pautas progressistas históricas, ganhavam novo fôlego, no lastro de eventos e movimentos internacionais, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas, Occupy e Black Lives Matter.

Inseridas nesse contexto liminar de denúncias, deboches e subversão, as práticas artísticas foram fundamentais como ferramentas e armas de fazer ver e fazer fazer, engajando corpos em ações estético-políticas que, independentemente de se anunciarem como artísticas, se perguntavam “que mundo é esse no qual vivemos e como transformá-lo” (Coletivo 28 de Maio, 2014).

O ano de 2024 fecha o ciclo de 10 anos desse período. Brincando com o título da famosa exposição de 1984, lançamos a presente chamada para o número intitulado “Como vai você, 2013? Lutas políticas e práticas artísticas no Brasil Contemporâneo”. Diferente da exposição realizada na década de 80, centrada no nome de artistas, aqui nos interessa o que está acontecendo nas redes e nas ruas dentro de uma perspectiva coletiva, comunitária e colaborativa. Trata-se, portanto, de montar um caleidoscópio de textos originais que evoquem, rememorem e repensem o espírito do tempo de 2013, considerando suas contradições.

Privilegiaremos artigos e ensaios que versem sobre eventos, ações, práticas, experimentos e conceitos na relação entre arte e ativismo que, dentro de um espectro amplo, dialoguem com os acontecimentos estético-políticos vividos em 2013. Podendo ser dentro de uma perspectiva histórica, etnográfica, conceitual, imagética, entre outras, trazendo tanto os acontecimentos da época quanto acontecimentos posteriores e atuais que se façam como continuidade ou contraponto.

Trata-se de um dossiê que procurará, a partir de suas colaborações, propor um retrato das fabulações políticas desenhadas e, infelizmente, ainda pouco exploradas dos Eventos de 2013, destacando os seguintes subtemas: contramonumentalidades, refletindo sobre os embates na relação com monumentos públicos; rebatismos, observando ações que implicam em renomear espaços públicos urbanos e seus desdobramentos; estéticas comunitárias, tratando das diferentes formas de organização e modos de vida comunitários, práticas de experimentação corporal e dissidências de gênero, discutindo os lugares do corpo e suas identidades; percurso histórico/teórico de ações estético-políticas, apresentando memórias, referências e outras questões histórico/teóricas que marcam o período.

As colaborações devem ter de 25.000 a 35.000 caracteres e serem submetidas no sistema até dia 31 de julho de 2024 (prorrogado). O template e as orientações para autores se encontram no website da revista Estado da Arte:

http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/index.

Editor e editora do dossiê:

Itala Isis - UFRJ

Jorge Vasconcellos - UFF