Resumen
A natureza sempre foi objeto de apreciação das paisagens, historicamente concebidas em pinturas que guardam em si grande potencialidade retórica. Contudo, na contemporaneidade, as instalações – reconhecidas como elementos do campo escultórico – mudam a relação entre observador e imagem e agregam à paisagem natural uma nova dimensão, que é adicionalmente mediada pelos espaços expositivos. Estes são os casos das obras “Riverbed”, de Olafur Eliasson, e “Paraíso”, de Oscar Oiwa. Ambas as instalações, objetos de análise deste artigo, retratam a natureza de maneira diferente da tradição dos quadros e, ao serem examinadas por uma ótica intertextual – que aqui toma como referência conceitos seminais para essas formas de arte mais atuais –, suscitam um diálogo de natureza política e afetiva com o próprio local em que se encontram, tanto territorialmente quanto institucionalmente.