Arte indígena contemporânea, antropofagia da Re-volta

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Palavras-chave

Arte indígena contemporânea
antropofagia
coletivo
ancestralidade

Como Citar

Souza, S. P. D., & Santos Kaingang , T. dos. (2022). Arte indígena contemporânea, antropofagia da Re-volta. Revista Estado Da Arte, 3(2), 521–537. https://doi.org/10.14393/EdA-v3-n2-2022-64960
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Resumo

Apresentamos uma memória coletiva, baseada na trajetória do Coletivo Kókir. O objetivo é a análise dos processos de criação do coletivo, alinhados ao reconhecimento da ancestralidade indígena. Além dos subsídios teórico-metodológicos da autoetnografia (SANTOS; BIANCALANA, 2017; VERSIANI, 2005), recorremos à pesquisa em artes visuais (REY, 1996) na instauração de uma poética híbrida, urbana, indígena e contemporânea. A partir dos estudos sobre a antropologia reversa (WAGNER, 2010) investigamos em criações compartilhadas formas de incorporar elementos de nossas origens. O conceito de antropofagia reversa de Denilson Baniwa (MOULIN; MARQUEZ; ANDRÉS; CANÇADO, 2022) remete à crítica sobre a modernidade eurocentrada, o que nos impulsiona para a proposição de uma re-volta, associada ao pensamento decolonial (PALERMO,2019). A re-volta sinaliza a não aceitação da subalternidade imposta pela colonialidade aos indígenas e também a incorporação de conhecimentos dos povos originários na arte e cultura brasileira. A análise se justifica pela importância de expandir, por meio da arte, conhecimentos sobre nossos parentes indígenas. Os resultados são expectativas de que o céu não caia na cabeça das futuras gerações (KOPENAWA, ALBERT, 2015).

https://doi.org/10.14393/EdA-v3-n2-2022-64960
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Referências

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