Cultivando saberes, colhendo autonomia
feiras agroecológicas e educação popular com mulheres da Amazônia da Floresta Nacional de Tefé/AM
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-76055Palavras-chave:
Mulheres da floresta, Feiras agroecológicas, Floresta Nacional de Tefé, Educação popularResumo
Na Floresta Nacional de Tefé/AM – Flona, as mulheres têm uma intensa jornada de trabalho, desde os cuidados do lar até a educação dos filhos, o cultivo da roça e o “papel de esposas”. As feiras de produção agroecológica, realizadas pelas mulheres da região da Flona, vão na contramão da subalternização das mulheres. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi analisar o processo de fortalecimento das identidades das mulheres da Flona na feira de produtos agroecológicos, desde a organização até a venda dos produtos, além de destacar a importância da agroecologia e sua relação com as mulheres. O estudo foi realizado na Flona, com a colaboração de cinco mulheres cujas experiências singulares foram fundamentais para a construção e desenvolvimento da pesquisa. A investigação foi conduzida baseada na pesquisa participante, integrando histórias de vida e registros fotográficos como instrumentos centrais. Os resultados evidenciam que as feiras vão além de espaços de comercialização, constituindo-se como territórios de formação, pertencimento e afirmação identitária, nos quais se entrelaçam dimensões educativas, afetivas e políticas. Concluiu-se que as feiras não são apenas lugares de produção material, mas de construção de autonomia e participação política, sobretudo por meio das trocas de saberes e experiências entre as mulheres participantes.
Downloads
Referências
ANDRADE, E. S.; MACHADO, R. C. F. Mulheres da floresta: dizendo sua palavra autonomia, participação e emancipação. In: MACHADO, R. C. F.; GAMA, A. S. (org.). Mulheres, organização e produção agroecológica: Floresta Nacional de Tefé. Curitiba: CRV, 2018. p. 46-58.
ARROYO, M. Territórios de existência: educação e a disputa pela cidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
BANZZAI. Pisa ligeiro. Ouvir Música, 2011. Disponível em: https://www.ouvirmusica.com.br/banzzai/pisa-ligeiro/. Acesso em: 14 nov. 2025.
CASSAB, L. A.; RUSCHEINSKY, A. Indivíduo e ambiente: a metodologia de pesquisa da história oral. Biblos, Rio Grande, v. 16, p. 7-24, 2004. Disponível em: https://periodicos.furg.br/biblos/article/view/125. Acesso em: 10 mar. 2022.
CINELLI, C.; RIBEIRO, M. Educação popular e mulheres camponesas. In: CASTRO, A. M.; MACHADO, R. C. F. (org.). Estudos feministas, mulheres e educação popular. Curitiba: CRV, 2016. p. 27-39.
FERNANDES, M. E. História de vida: dos desafios de sua utilização. Hospitalidade, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 15-31, jan./jun. 2010. Disponível em: https://revhosp.org/hospitalidade/article/viewFile/292/320. Acesso em: 10 jan. 2021.
FREIRE, P. Pedagogia da liberdade: ética, democracia e criatividade. São Paulo: Paz & Terra, 1987.
MACHADO, R. C. F. Mulheres e agroecologia: o ecofeminismo de Emma Siliprandi, Ana Primavesi, Shiva Vandana. In: CASTRO, A. M.; MACHADO, R. C. F. (org.). Estudos feministas, mulheres e educação popular. São Paulo: Liber, 2020. p. 27-39.
MACHADO, R. C. F.; BALBINO, L. F.; OLER, J. R. L. Feiras agroecológicas: mulheres amazônicas fortalecendo trocas e saberes. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 20, n. 2, p. 307-319, maio/ago. 2021. DOI 10.14393/REP-2021-57881. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/57881. Acesso em: 14 jun. 2024.
MEDEL, H. Educação popular feminista: práticas e resistência de mulheres na América Latina. São Paulo: Cortez, 2015.
MURARO, R. M. A mulher do terceiro milênio. 4. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1995.
MUSSI, R. F. F.; FLORES, F. F.; ALMEIDA, C. B. Pressupostos para a elaboração de relato de experiência como conhecimento científico. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 17, n. 48, p. 60-77, out./dez. 2021. DOI 10.22481/praxisedu.v17i48.9010. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/9010. Acesso em: 27 nov. 2025.
NOGUEIRA, M. L. M. et al. O método de história de vida: a exigência de um encontro em tempos de aceleração. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del-Rei, v. 12, n. 2, p. e1037, maio/ago. 2017. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/pdf/ppp/v12n2/16.pdf. Acesso em: 10 nov. 2022.
PAREDES, J. O feminismo comunitário é uma provocação, queremos revolucionar tudo. [Entrevista concedida a] Patricia Dopazo Gallego. Diário Liberdade. Galiza, maio 2016. Disponível em: https://gz.diarioliberdade.org/america-latina/item/12022-o-feminismo-comunitario-e-uma-provocaao-queremos-revolucionar-tudo.html. Acesso em: 12 dez. 2022.
SAFFIOTI, H. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
SAMAIN, E. Como pensam as imagens. Campinas: Unicamp, 2012.
SILIPRANDI, E.; CARDOSO, E. M. Aprendendo a ouvir as mulheres: ferramentas feministas para o planejamento agroecológico. In: MACHADO, R. C. F.; GAMA, A. S. (org.). Mulheres, organização e produção agroecológica: Floresta Nacional de Tefé. Curitiba: CRV, 2018. p. 46-58.
SILVA, M. O. Reconstruindo um processo participativo na produção do conhecimento: uma concepção e uma prática. In: BRANDÃO, C. R.; STRECK, D. R. (org.). Pesquisa participante: a partilha do saber. São Paulo: Ideias & Letras, 2006. p. 123-149.
THOMPSON, P. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1992.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marcela da Silva Barbosa, Rita de Cássia Fraga Machado, Hemily Pastanas Marinho, Luiz de Oliveira Auleriano

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam em manter os direitos autorais e conceder à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.


