Educação Popular (EP) e Cursos Pré-Vestibulares Populares (CPVP) – entre a contradição e a conciliação?
Reflexões a partir do CPVP Liberato da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-74894Palavras-chave:
Educação Popular (EP), Pré-Vestibular Popular (PVP), Acesso à educação, Extensão universitáriaResumo
Os Cursos Pré-Vestibulares Populares (CPVP) enfrentam contradições que refletem a lógica excludente do capitalismo, especialmente a tensão entre seu caráter utilitário – focado na preparação técnica para exames – e os princípios críticos e emancipatórios da Educação Popular (EP). Diante dessa aparente incompatibilidade, questionamos: como a EP pode se integrar aos CPVP sem reforçar a elitização educacional? Este artigo, baseado em um estudo de caso do CPVP Liberato, discute estratégias e problemáticas para essa integração. Os resultados evidenciam desafios estruturais persistentes, tais como: a falta de recursos financeiros compromete a infraestrutura e materiais; a defasagem educacional dos estudantes que reflete desigualdades históricas; o voluntariado docente, muitas vezes sem formação em EP, gera debates sobre comprometimento e continuidade. Em resposta, a experiência do CPVP Liberato demonstra que estratégias coletivas podem mitigar esses obstáculos. Entre elas, destaca-se a formação continuada de educadores, a articulação entre conteúdos técnicos e debates sobre realidade social e consciência de classe, além da construção de redes solidárias de apoio. Mais do que preparar para exames, os CPVP podem ser espaços de disputa e transformação social, reafirmando o ensino superior como um direito, desde que suas contradições sejam enfrentadas coletivamente na luta por equidade.
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