Educação do campo antipatriarcal e coletivista

experiência docente do Pronera no Assentamento Normândia em Caruaru, Pernambuco

Resumo

Este artigo intenta descrever sobre a minha vivência como professora no curso de graduação de Geografia da Terra pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que acontece no assentamento Normândia do Movimento Sem Terra (MST), no município de Caruaru, em Pernambuco, tendo como objetivo contribuir para o aprimoramento da experiência de formação superior no campo e difundir os ensinamentos do campo para os centros urbanos como forma de intercâmbio e troca mútua necessária para uma educação democrática e libertadora. A partir do aprendizado que tenho pelo contato direto com o grupo de estudantes e membros do MST em geral, considero que a dinâmica deles pode ensinar sobre uma autogestão antipatriarcal e coletivista raramente vista em outros espaços educativos convencionais e, assim, servir de referência para uma formação docente mais coerente com a realidade do campo e até dos centros urbanos. Para tanto, me valho de minhas observações em sala de aula e nos dias que estive no assentamento, além das reflexões que os estudantes me trouxeram acerca da educação e da vivência do campo, que ensinam sobre uma troca educativa dialógica, horizontal e democrática.