Traçando o perfil das mulheres da agricultura familiar produtora de café orgânico no município de Poço Fundo-MG
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153602Resumo
Apesar das mudanças na sociedade, o papel das mulheres permanece pouco alterado na agricultura familiar e na divisão sexual do trabalho, cabendo a elas funções avaliadas pelos homens como mais leves (domésticas, o cuidar dos idosos e das crianças) e quando exercem trabalho agrícola, esse é concebido como “ajuda” aos homens. Na agricultura familiar produtora de café na mesorregião Sul/Sudoeste de Minas, a situação não é muito diferente. No entanto, a partir da criação da COOPFAM (Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região), que possui uma lógica diferenciada de valorização dos membros da família e voltada para o sistema de produção orgânica, a situação das mulheres começa a se modificar, a partir de certificação do comércio justo, que gerou a criação MOBI (Mulheres Organizadas Buscando Independência) e o “café feminino”. Esse trabalho se propôs a compreender o perfil das mulheres das propriedades rurais produtoras de café orgânico e cooperadas da COOPFAM, no município de Poço Fundo-MG. O acesso às decisões da cooperativa fez com que essas mulheres conhecessem seus direitos, buscando sua valorização também na unidade de produção familiar, embora a luta delas seja contínua.