Por uma internacionalização universitária fora do eixo

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre modelos hegemônicos de internacionalização universitária, com foco em experiências e perspectivas fora do eixo tradicional do norte global. Parte do entendimento de que a internacionalização do ensino superior não é neutra, mas carrega disputas históricas de poder e epistemologia, muitas vezes reforçando desigualdades e colonialidades. A partir de autores como Saquet e Krenak, defende-se uma internacionalização decolonial, baseada no território, na justiça epistêmica, na valorização dos saberes locais e na construção de parcerias acadêmicas internacionais simétricas. O texto propõe ainda uma agenda política para as universidades públicas brasileiras, com foco em acordos mais simétricos, uso crítico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), ampliação da mobilidade virtual e presencial inclusiva, além da decolonização curricular. Assim, uma internacionalização comprometida com a pluralidade, a equidade e a transformação social.