A pandemia começou quando os brancos chegaram
barreiras sanitárias como práticas autônomas dos povos Kaiowá e Guarani
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT174705Resumen
A devastação dos territórios sociobiodiversos propagada pela sociedade moderna colonial /capitalista fundamenta a intensa crise ecológica atual. Com essa premissa, o objetivo deste artigo é apresentar uma análise sobre como o modelo de sociedade moderna e colonial coloca em risco a vida e os direitos territoriais originários dos povos indígenas, mas também a terra comum, o planeta Terra. O artista macuxi, Jaider Esbell, assim como as ñandesy e ñanderu kaiowá e guarani, contribuem significativamente para pensar a destruição e o fim do mundo propagada pelo sistema colonial-capitalista, bem como para pensar os modos de resistência anticoloniais que germinam da luta ancestral dos povos originários. A partir de entrevistas semiestruturadas com companheiros kaiowá e guarani, a maioria por meio de plataformas digitais, documentos construídos pelos conselhos tradicionais e acompanhando a mobilização política, analisamos os processos e práticas autônomas de autodefesa kaiowá e guarani em Mato Grosso do Sul, sobretudo, aquelas fortalecidas no contexto da pandemia da Covid-19 (SARS-CoV-2), como a insurgência das barreiras sanitárias, a qual constituiu umas das formas de cuidado coletivo frente à doença.
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