Descolonizar a universidade por meio da Investigação Ação Participativa (IAP): alguns caminhos possíveis pela educação sentipensante
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT206079757Palavras-chave:
pluralismo epistêmico, sentipensar, conhecimento coletivoResumo
Este artigo explora a relevância da Investigação Ação Participativa (IAP) em atividades de extensão universitária, a partir do pensamento sentipensante de Orlando Fals Borda. O estudo baseia-se nas práticas do Laboratório Interdisciplinar e Intercultural de Inovações Sociais (Liiis) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa aborda três questões principais: a) a necessidade de repensar ou reformar o pensamento que separa mente, corpo e ambiente na educação universitária brasileira; b) conhecer os aprendizados acerca da construção coletiva do conhecimento por meio da IAP; e c) o potencial da IAP como ferramenta de descolonização na universidade a partir das experiências da extensão. Os resultados demonstram que a aplicação da IAP, em diálogo com povos originários, comunidades tradicionais, estudantes e professores, promoveu uma extensão universitária transformadora, territorializada e comprometida com a vida por meio do diálogo de saberes. Conclui-se que a IAP é uma metodologia pertinente para potencializar o conhecimento coletivo e um caminho viável para descolonizar a universidade brasileira.
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