Gênero e poder: uma análise de uma diretoria de associação camponesa no Norte do Tocantins
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT206179141Palabras clave:
associação rural, poder simbólico, patriarcado, invisibilidade femininaResumen
Este artigo busca compreender como as relações de poder e de gênero se manifestam na formação da diretoria da Associação dos Trabalhadores Rurais do P.A Reginaldo Lima localizada no município de Barra do Ouro-TO. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com base na análise documental do Estatuto Social e das atas das três eleições realizadas pela associação, que compõem os Conselhos Deliberativo e Fiscal. Os resultados evidenciam que o estatuto adota uma linguagem predominantemente masculina, contribuindo para a invisibilização simbólica das mulheres. Nas atas das eleições, embora haja presença feminina em cargos administrativos, as funções de maior prestígio, como presidente e vice-presidente do Conselho Deliberativo, foram exclusivamente ocupadas por homens. A composição mais equilibrada entre os gêneros foi observada apenas na segunda eleição, quando as mulheres representaram metade da diretoria. Conclui-se que essa invisibilidade não ocorre de forma intencional, mas simbólica, e que ampliar a participação das mulheres pode contribuir para uma gestão mais equitativa e para o fortalecimento das pautas de gênero na comunidade rural.
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