O papel do MST no fortalecimento da agricultura familiar

experiências no Assentamento Eli-Vive por meio de trabalhos de campo e pesquisa participante

Resumen

O campesinato desempenha um papel fundamental na produção sustentável de alimentos no Brasil, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que contribui significativamente para o abastecimento de mesas em todo o país. Este estudo tem como objetivo analisar a produção familiar com a implementação de práticas agroecológicas, destacando as experiências das famílias do assentamento Eli Vive, em Londrina, Paraná, tendo a escola como um espaço integrado à comunidade. Como metodologia, realizamos trabalhos de campo e pesquisa participante no assentamento para observar e coletar dados relacionados ao cultivo das famílias envolvidas na produção de alimentos, bem como à construção e manutenção de uma cooperativa na própria comunidade. Os resultados demonstram que as práticas de cultivo e o cuidado com a terra adotados pelas famílias do assentamento servem como um modelo inspirador para o setor agrícola, desafiando a visão predominante do agronegócio. Essas famílias se destacam como importante produtoras de alimentos orgânicos, incluindo arroz, feijão, milho, café, hortaliças e laticínios. Tais práticas apontam para a viabilidade de uma agricultura mais sustentável, que não apenas fornece alimentos de alta qualidade, mas promove a preservação ambiental e a valorização das comunidades rurais. Concluímos que é possível alcançar a produção sustentável, mas enfatizamos a necessidade de uma reforma agrária que valorize o espaço e as relações comunitárias construídas pelos camponeses. A produção familiar no assentamento Eli Vive representa uma forma de resistência ao avanço do agronegócio, que tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade contemporânea.