Quando o trabalhador assalariado é camponês
um estudo dos agricultores camponeses nos campos de dendê no nordeste paraense
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT143202Abstract
Compreender as articulações que o campesinato tem engendrado junto às formas capitalistas de produção tem sido um campo de estudo e pesquisa importante para o entendimento das relações que estão sendo tecidas no espaço agrário. Nesse sentido, nos propomos nesse artigo a discutir as relações que são constituídas por camponeses que se assalariam nas empresas produtoras de dendê no nordeste paraense, concebendo esse assalariamento como um complemento para o fortalecimento da unidade familiar camponesa. As reflexões que aqui trazemos partiram de uma pesquisa em comunidades rurais nos municípios de Acará, Bujaru e Concórdia do Pará, onde estão situadas algumas das bases de produção da empresa Biopalma. A metodologia de análise geográfica ocorreu por intermédio da pesquisa de campo, a partir de técnicas da observação in loco e de entrevistas com camponeses. Nesse artigo, mais especificamente, privilegiamos a base de dados qualitativos, por entendermos a importância que as falas dos entrevistados imprimem à compreensão da realidade agrária apresentada. Desse modo, esperamos poder contribuir com o debate sobre as relações construídas dialeticamente entre camponeses e o binômio latifúndio/agronegócio na Amazônia paraense.