Emergência da COVID-19 e produção do espaço de contágio em territórios de frigoríficos no Brasil e nos EUA
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT174702Resumo
Desde o início da pandemia da Covid-19 frigoríficos no Brasil e nos Estados Unidos se tornaram centros de contágio da doença. De um ponto de vista geográfico, a cronologia do contágio sugere que os frigoríficos atuaram na espacialização subsequente da Covid-19 em seus territórios, atingindo comunidades de trabalhadores imigrantes, indígenas e municípios vizinhos. Características sanitárias específicas, somadas às pressões corporativas, o descumprimento ou ausência de normas sanitárias de prevenção e controle de Covid-19 e a definição da indústria de processamento de alimentos como atividade essencial pelo poder público compõem os principais fatores para o contágio de Covid-19 em frigoríficos. Este artigo analisa o papel da indústria de proteína animal na emergência da Covid-19 e na subsequente produção do espaço do contágio a partir dos territórios dos frigoríficos controlados pelas companhias BRF município brasileiro de Concórdia, no estado de Santa Catarina, e pela JBS nos municípios estadunidenses de Cold Spring e Worthington no estado de Minnesota. Analisamos a espacialização do contágio através de uma perspectiva multidimensional e multiescalar, considerando as correlações entre os aspectos políticos, econômicos, sanitários e epidemiológicos. Sugerimos que os frigoríficos agiram como espaços aceleradores do contágio de Covid-19 sobre os seus territórios, impactando a escala e a interiorização da pandemia tanto no Brasil quanto nos EUA
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