Fogo no Cerrado e a vulnerabilidade em assentamentos rurais
o exemplo do assentamento Rio Paraíso em Jataí-GO
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT153705Resumo
As queimas no Brasil, em 2019, tomaram proporções jamais vistas. Os focos de incêndio foram identificados em vários biomas do País. Embora possam existir queimas naturais no Cerrado, fato que pode contribuir para a renovação de algumas plantas, aquelas que são provocadas acarretam grandes danos ao meio ambiente e às áreas produtivas, causando prejuízos incalculáveis. Nesse artigo, avalia-se, em uma perspectiva geral, as ações do fogo no Cerrado e, de forma específica, o evento (queimadas) que ocorreu no assentamento Rio Paraíso, Jataí-GO, em 2019. Para essa análise tomou-se como referência o entendimento de vulnerabilidade espacial, compreendendo que a produção especializada nega as características da pequena propriedade, caracterizada pela policultura e pela criação diversificada de animais. Assim, a especialização da produção, como ocorre no Assentamento Rio Paraíso, onde predominam as monoculturas de soja e milho, deixa os produtores mais vulneráveis, como a que resultou nas queimas que atingiram muitos produtores do assentamento, em 2019. Em um levantamento preliminar pode-se constatar que a recuperação das perdas levará alguns anos, quiçá haverá recuperação. Os dados descritos no trabalho foram obtidos por meio das informações de moradores do assentamento e do Corpo de Bombeiros, de matérias de jornais que registraram o evento e de entrevistas com funcionários da Cooperativa COPARPA (presente no assentamento) da cidade de Jataí.
Palavra-chave: Queimadas no Cerrado. Assentamentos. Vulnerabilidade. Biodiesel. Agricultura Familiar.