Representações e embates em projetos de assentamentos rurais em Passira (PE)
uma análise discursiva da “imagem” e do “território real”
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT143404Resumo
Este artigo possui como objetivo central apresentar os principais resultados das análises realizadas em torno da implementação dos assentamentos rurais Independência e Varame I (Passira-PE), a partir de uma reflexão que permeia o processo de inclusão socioterritorial das famílias assentadas, tendo por base territorialidades ativas e/ou passivas. As análises demonstraram que houve entre as famílias assentadas, um processo de ruptura entre a “imagem territorial projetada” dos territórios dos Projetos de Assentamento pelo MST, com o suporte do Estado, e o “território real” vivido pelas famílias assentadas. Por isso, a pesquisa retoma os discursos formulados em torno das ocupações e da realidade territorial vivida pelas famílias assentadas. A abordagem teórica fundamentou-se na problemática relacional de Raffestin visando à apreensão da complexidade da realidade espacial dos homens e das mulheres. Como metodologia, partimos da utilização da técnica da Análise Crítica do Discurso, considerando como procedimentos essenciais: descrição, interpretação e explicação dos discursos ditos. O principal resultado consistiu em apontar a existência de embates entre o discurso da realidade vivida pelas famílias assentadas e o discurso em torno da luta pela terra.