Dinâmicas produtivas e territoriais no Norte de Minas
o lugar invisível das economias nativas e apontamentos para políticas públicas
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT122706Resumo
Neste artigo apresentamos reflexões sobre as economias nativas reforçando a construção conceitual dos elementos territoriais e econômicos relacionados com as populações que passam a se reconhecerem enquanto povos ou comunidades tradicionais. Tomamos como referência pesquisas realizadas no Norte de Minas Gerais em busca de lentes capazes de visibilizarem os circuitos econômicos associados às dinâmicas produtivas e territoriais promovidas por esta parcela do campesinato. Utilizamos o enfoque sobre Arranjos e Sistemas Produtivos Locais (ASPILs), como uma perspectiva de análise das economias locais, em particular as que não estão associadas à racionalidade capitalista. Vimos que um conjunto significativo de especializações produtivas se mantém e se reinventa no Norte de Minas, em sua maioria à margem de políticas específicas, com a permanência de assimetrias estruturais como a concentração fundiária e de tratamento indiferenciado pelo Estado.  Apontamos que a maioria dos circuitos econômicos por elas dinamizada permanece invisibilizada no cenário regional e nacional e excluídas das políticas públicas de cunho produtivo. Assim, as economias de Povos e Comunidades Tradicionais, a despeito da invisibilização histórica, apontam para novas oportunidades societárias e de desenvolvimento socioeconômico.