Aspectos sociais e ambientais da carcinicultura no litoral sul do Rio Grande do Norte, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT122616Resumo
A busca da sustentabilidade na carcinicultura tem sido uma preocupação constante por parte dos produtores. Desta forma, a fim de avaliar a interação dos micro produtores de camarão do litoral Sul do Rio Grande do Norte junto aos padrões de responsabilidade ambiental recomendados pela Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), aplicou-se questionários com o intuito de caracterizar as práticas de manejo adotadas, além de conferir os aspectos sociais e ambientais percebidos por eles produtores em função da atividade. Para tanto, foram entrevistados 27 produtores, sendo 85,2% homens, com baixa taxa de analfabetismo (3,7%), renda de 2 a 5 salários mínimos (44,4%). Entre os entrevistados, 22,2% têm a carcinicultura como principal fonte de renda. Verificou-se que menos de 50% receberam assistência técnica no último ano e poucas são as medidas de biossegurança adotadas pelos mesmos. Com relação às boas práticas de manejo recomendadas pela ABCC, 11,1% dos carcinicultores fazem uso de probióticos e essa variável não possui relação com a renda mensal familiar ou ainda com as taxas de sobrevivência obtidas nos cultivos. Práticas de manejo, como fertilização da água e calagem do solo, assim como questionamentos sobre a problemática ambiental também não apresentaram relação com a escolaridade, havendo um manejo homogêneo entre os entrevistados. As micro propriedades produtoras de camarão, representativas da região do litoral Sul do Rio Grande do Norte, apontam a necessidade de orientação e apoio do governo e da devida assistência técnica para que possam implementar boas práticas de manejo, de forma a se adequar à carcinicultura responsável recomendada pela ABCC.