Sustentabilidade da vida e relações nos territórios

Autores

  • Rodrigo de Castro Amédée Péret Comissão Pastoral

DOI:

https://doi.org/10.14393/RCT91826912

Palavras-chave:

Sustentabilidade, Territorialidade, Economia verde

Resumo

As reflexões apresentadas neste texto partem da questão da sustentabilidade e territorialidade, resultantes de 30 anos de trabalho com a questão da terra no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Grande parte dos agricultores familiares do Triângulo Mineiro habita os vales onde a hidrografia é favorável e os solos são naturalmente férteis. A estrutura fundiária estabelecida tradicionalmente reservou as áreas planas de cerrado para a pastagem, pois eram consideradas impróprias para agricultura. Com o advento dos grandes projetos de "modernização" da agricultura, o agronegócio optou por se estabelecer nas áreas planas de topo, seja com a produção de grãos e mais recentemente com a monocultura da cana-de-açúcar. A dinâmica social, a dinâmica cultural, a forma de ocupação do território devem estar no cerne da sustentabilidade. Com esta compreensão do que seja a sustentabilidade, é possível confrontar com a proposta de uma nova economia, que desde 2007, vem sendo proposta, como uma pretensa solução seja para questão da degradação ambiental e como para a solução da questão da miséria no mundo, a chamada economia verde, etc. Na economia verde os ciclos naturais, como o ciclo do hidrogênio, o ciclo do carbono, o ciclo hidrológico, por exemplo, são chamados de serviços ambientais, dos quais nós, seres humanos, nos servimos para a nossa existência e por isso devem ser valorados economicamente. Esse é o grande segredo da economia verde, eles dizem que, na medida em que esses serviços são valorados, se garante um adequado gerenciamento da natureza, da sustentabilidade. Fica claro então que já não basta mais a mercantilização da parte material da natureza, mas se mercantiliza os processos e as funções da natureza via comércio dos serviços ambientais. Então, os economistas verdes propõem que para preservar os ecossistemas é necessário valorizar o fluxo desses serviços. Desta forma, a natureza é vista como o capital, o ecossistema é visto como estoque de capital, cujo o valor é definido pelos fluxos de renda futura, desses serviços na natureza.

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Publicado

25-06-2014

Como Citar

PÉRET, R. de C. A. Sustentabilidade da vida e relações nos territórios. Revista Campo-Território, Uberlândia, v. 9, n. 18 Jun., 2014. DOI: 10.14393/RCT91826912. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/26912. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

Seção

7 - Capital, trabalho, território e sustentabilidade