RECONFIGURAÇÃO SOCIOAMBIENTAL NA REGIÃO DO BAIXO JAGUARIBE - CEARÁ
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCG103215985Palavras-chave:
Território, Carcinicultura, impactos socioambientais, concentração fundiáriaResumo
O presente trabalho tem como objetivo mostrar o desenvolvimento da criação de camarão em cativeiro (carcinicultura) na região do Baixo Jaguaribe-Ce, bem como os principais impactos socioambientais advindos do crescimento dessa atividade econômica. A região Nordeste é responsável por 92% dessa produção, sendo os principais estados produtores, pela ordem: Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Um dos grandes destaques do setor é o Ceará, que possui uma área cultivada de aproximadamente 6.000ha, respondendo por 30% da produção nacional. Ocupa atualmente a segunda posição entre os maiores produtores do país, sendo que a região do Baixo Jaguaribe se consolidou como o ponto nodal dessa atividade. Apesar dos inquestionáveis dividendos para a balança comercial do Estado, o cultivo do camarão em cativeiro trouxe, no seu bojo, mudanças nessa porção territorial do Ceará, promovendo significativas alterações nas relações sociais de produção e, conseqüentemente, uma nova (re)configuração socioespacial. A falta de uma política pública rígida de reoordenamento espacial das áreas que estão sendo ocupadas pela carcinicultura vem ocasionando incomensuráveis impactos socioambientais, mudanças abruptas nas relações de trabalho, proletarização dos pequenos agricultores de subsistência, expulsão de catadores de caranguejo e marisqueiras e uma crescente concentração fundiária. Não resta dúvida de que observamos que a região do Baixo Jaguaribe vem sendo alvo de um intenso processo de territorialização do capital no espaço agrário, onde o território compreendido como valor de uso está sendo apropriado, usado e corporatificado pelas empresas e instituições para a realização de uma atividade econômica que tem sua marca mais proeminente o esgarçamento do tecido social.Downloads
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