Afinal, quem és tu Amazônia?
Mitos e contradições na história
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v21n1-2024-72764Palavras-chave:
Amazônia; Indígenas; Colonização; Territorialidade.Resumo
A história das formações socioeconômica e política da Amazônia foi concebida, a partir de um olhar externo a ela, desde o período da colonização. O ensaio tem, como objetivo, analisar o processo de formação histórica da Amazônia, bem como os conflitos socioambientais, resultantes do período de colonização na região. Observa-se que a natureza era vista como obstáculo ao progresso, à modernidade e ao desenvolvimento, aspecto que vinha acompanhado da construção de enunciados discursivos de sua dominação. A escravidão indígena resultou no etnocídio de várias etnias, fruto das condições de trabalho, da fome e das doenças, das quais esta população foi acometida, enquanto as imposições cultural e religiosa, trazidas pelas políticas pombalinas, tinham, como objetivo central, promover mudanças nos modos de vida dos indígenas, considerados incivilizados. Portanto, ao adotar uma única história para a Amazônia, desconsidera-se a pluralidade que compõe este território, a relação dos povos tradicionais com a natureza, a diversidade cultural e as distintas práxis, que geram territorialidades e que afetam minimamente a natureza, consequentemente é necessário pensar em políticas públicas para a Amazônia, a partir dos lugares de fala e dos pertencimentos dos povos que nela habitam.
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