Pseudoconcreticidade, Tecnologias Digitais e o desafio da Educação Financeira na cultura do consumo
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Este artigo analisa a pseudoconcreticidade que permeia a realidade financeira contemporânea, intensificada pela cultura do consumo e pela onipresença das tecnologias digitais. Com base em um ensaio teórico sobre a Teoria Histórico-Cultural e a Educação Financeira na Educação Matemática, argumentamos que a percepção superficial e fragmentada da vida financeira resulta da fetichização da mercadoria e da reificação das relações sociais, que encaminham complexas decisões humanas por meio de supostas soluções monetárias. As tecnologias digitais frequentemente reforçam essa pseudoconcreticidade por meio do marketing digital, incentivando o endividamento para conquistar bens de consumo e pelas plataformas de apostas online ("tigrinho" e "bets", em geral), que obscurecem os riscos e a lógica exploratória. O objetivo é desenvolver uma discussão de cunho teórico em torno do argumento de que a superação da pseudoconcreticidade exige uma Educação Financeira pautada na criticidade e nos princípios da Teoria Histórico-Cultural. Esse modo de pensar, que busca as contradições e a historicidade dos fenômenos, permite desnaturalizar discursos como "financiar é a única opção" ou a "falsa generosidade" bancária. Ilustramos como a Educação Financeira Crítica, ao integrar o uso pedagógico das tecnologias digitais – como a Calculadora do Cidadão – pode desmistificar conceitos abstratos e promover a análise crítica das relações de poder no sistema financeiro. Enfatizamos que essa mediação prepara os estudantes a "ler o mundo" financeiro e a agir de forma consciente e transformadora em suas vidas e na coletividade.
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