EVOLUÇÃO CLÃ?NICA DE COMPACTAÇÃO DE CÓLON ASCENDENTE EM FÊMEA EQÃœINA DA RAÇA PÔNEI - RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Cólon ascendente, compactação, torção, eqüino.Resumo
Foi atendido no Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás, uma fêmea da raça Pônei Brasileira, com seis meses de idade e pesando 56kg, manejada em baia e recebendo alimentação de concentrado e capim triturado. Segundo o proprietário, o animal apresentou, dois dias antes da consulta, sinais de cólica, sendo medicada com 1,1mg/kg de flunixin meglumine. Ao exame clínico constatou-se freqüência respiratória de 80 batimentos por minuto, freqüência cardíaca de 52 batimentos por minuto, tempo de preenchimento capilar de três segundos, conjuntivas congestas, temperatura de 39ºC, desidratação de aproximadamente 8%, pH estomacal igual a cinco e meio e abdome distendido com sensibilidade no antímero esquerdo. Na auscultação abdominal verificou-se hipermotilidade do intestino delgado, atonia de cólon ascendente esquerdo, hipomotilidade de cólon ascendente direito e movimento incompleto da valva ileocecal, suspeitando-se de compactação de cólon. O animal recebeu seis litros de solução de cloreto de sódio a 0,9%, 150mg/kg de gluconato de cálcio, 25mg/kg de dipirona sódica, todos via endovenosa e 100ml de suspensão de metilcelulose via sonda nasogástrica. Como o animal não respondeu ao tratamento clínico, foi indicado o tratamento cirúrgico, sendo submetido a laparotomia abdominal sob anestesia geral em centro cirúrgico apropriado, confirmando a suspeita de compactação de cólon ascendente, próximo à flexura pélvica. Procedeu-se a sutura do segmento intestinal após seu esvaziamento, empregando fio de náilon 0,25 em dois planos, Schimieden e Cushing. Antecedendo a laparorrafia instilou-se 1g de enrofloxacina na cavidade abdominal. O mesmo princípio ativo foi empregado por via intramuscular na dosagem de 2,5mg/kg nos sete dias subseqüentes. Foi realizada reposição hidroeletrolítica por três dias consecutivos, restringindo a alimentação. No oitavo dia, durante o exame clínico suspeitou-se de peritonite, que foi confirmada através de hemograma e análise de líquido peritonial, ocasião em que foi reiniciada a antibioticoterapia, porém com ceftiofur na dosagem de 3mg/kg via intramuscular perfazendo sete aplicações. Houve melhora no quadro e restabelecimento do animal. Entretanto, no 26º dia após a intervenção cirúrgica, foi diagnosticado novo episódio de cólica intestinal, necessitando reintervir cirurgicamente, constatando presença de aderências entre o ápice do ceco e o cólon ventral, entre o cólon ventral (especialmente no local da sutura) e o omento maior e entre o intestino delgado e cólon ascendente. Foi constatada também presença de torções parciais de duodeno e jejuno, que se projetaram entre as aderências. Houve ainda, recrudescimento da compactação. Após desfazer as aderências e a torção parcial e esvaziar o cólon ascendente, utilizou-se o mesmo protocolo empregado na reconstituição dos planos anatômicos por ocasião da primeira intervenção cirúrgica. No quinto dia após a reintervenção o animal veio a óbito e à necropsia foi observada presença de conteúdo intestinal na cavidade abdominal e deiscência parcial de ferida na região do cólon onde foi praticada a primeira incisão. Concluiu- se que a deiscência foi decorrente da fragilização do local após desfazer as aderências.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2008-02-12
Como Citar
L. A. F., SILVA, CUNHA, P.H.J., BARBOSA, V.T., SOARES, L.K., GUIMAR C.O., COELHO, C.M.M., FRANCO, I.L.A., ABUD, L.J., FRANCO, L.G., MOURA, M.I., e SILVA, M.A.M. 2008. “EVOLUÇÃO CLÃ?NICA DE COMPACTAÇÃO DE CÓLON ASCENDENTE EM FÊMEA EQÃœINA DA RAÇA PÔNEI - RELATO DE CASO”. Veterinária Notícias - Veterinary News 12 (2). Uberlândia, Brazil. https://seer.ufu.br/index.php/vetnot/article/view/18746.
Edição
Seção
Artigos