Resumo
A Região Extremo Sul da Bahia (RESB) possui aptidão agrícola para diversas culturas e já foi sujeita à expansão da cana-de-açúcar e do café. Assim, esse trabalho analisa a dinâmica espacial e temporal das monoculturas da cana-de-açúcar e do café na RESB e sua relação com índices socioeconômicos. A metodologia consiste em coleta e análise dos dados junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é o principal provedor de informações geográficas e estatísticas do Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que é responsável por fornecer informações técnicas para apoiar a tomada de decisão sobre a elaboração de políticas voltadas para a agricultura, e a Plataforma Atlas Brasil. Foram coletados dados sobre a área plantada e a quantidade produzida de cana-de-açúcar e de café na região entre os anos 1988 e 2019. Para compreender a relação entre a expansão e os fatores socioeconômicos, foram levantados dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Este trabalho identificou os principais municípios produtores de cana-de-açúcar (Caravelas, Mucuri, Medeiros Neto, Nova Viçosa, Lajedão, Ibirapuã e Santa Cruz Cabrália) e de café (Prado, Itamaraju, Porto Seguro, Eunápolis, Teixeira de Freitas e Itabela), e a expansão desses cultivos apresenta importância econômica para a região, porém apresenta pouca contribuição para a melhoria dos diversos fatores que compõem o IDHM dos municípios. Esse estudo concluiu que a expansão desses cultivos alterou a matriz agrícola da região devido a sua especialização na produção desses cultivos em detrimento de outros como o cacau, por exemplo.
Referências
ALMEIDA, T. M. et al. Reorganização socioeconômica no extremo sul da Bahia decorrente da introdução da cultura do eucalipto. Sociedade e Natureza (Online), Uberlândia, v. 20, n. 2, dec. 2008. Access on https://doi.org/10.1590/S1982-45132008000200001
AZEVEDO JÚNIOR, W. C. et al., 2012. Análise locacional e impactos econômicos do segmento sucroalcooleiro em Mato Grosso. Revista Estudos do CEPE, Santa Cruz do Sul, n. 35, p. 259-285, jan./jun. 2012. https://doi.org/10.17058/cepe.v0i35.2759
BRAINER, M. S. C. P. Analise de aspectos da produção e mercado de café. Caderno Setorial ETENE, Fortaleza, n. 106, dez. 2019. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/223/1/2019_CDS_106.pdf. Acesso em: 20 fev. 2022.
CERQUEIRA NETO, S. P. G. Construção geográfica do Extremo Sul da Bahia. Revista de Geografia, Recife, v. 30, n. 1, p. 246-264, 2013.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira (safra 2014): café. v. 1, (3), 11-12, 2014. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/cafe/boletim-da-safra-de-cafe?start=30. Acesso em: 10 out. 2021.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira (safra 2019): café. v. 1, (1), 37, 2019. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/cafe/boletim-da-safra-de-cafe?start=30. Acesso em: 10 out. 2021.
CONAB- Companhia Nacional de Abastecimento. Mapeamento das usinas de cana-de-açúcar. 2021. Disponível em: https://portaldeinformacoes.conab.gov.br/mapeamentos-agricolas.html. Acesso em: 21 jan. 2022.
DIAS, M. S. Geografia histórica, cidade e memória: Narrativas que revelam a formação territorial de Itabatã (BA). 209 f. 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade do Espírito Santo, Espírito Santo, 2019. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/11389/1/tese_13144_MAIARA%20DIAS%20-%20VERS%c3%83O%20FINAL.pdf. Acesso em: 30 nov. 2021.
DIAS, F. F. Alguns elementos sobre a cadeia produtiva da cana-de-açúcar no Brasil. Revista Geosul, Florianópolis, v. 36, n. 79, p. 116-142, mai./ago. 2021. https://doi.org/10.5007/2177-5230.2021.e73805.
DOMPIERI, M. H. G. et al., 2020. Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo Shift-Share. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set. 2020. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/218597/1/5373.pdf. Acesso em: 10 maio 2021.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Visão 2030: O futuro da agricultura brasileira. Brasília: Embrapa, 2018. p. 212. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1090820/visao-2030-o-futuro-da-agricultura-brasileira. Acesso em: 14 maio 2021.
FASSIO, L. H.; SILVA, A. E. S. Importância econômica e social o café Conilon. 2007. In: FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; BRAGANÇA, S. M.; FERRÃO, M. A. G.; DE MUNER, L. H. (Ed.). Café Conilon. Vitória: Incaper, 38-40 p., 2007. Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/handle/item/694. Acesso em: 08 out. 2022.
FERREIRA, C. L. R.; PEREIRA, K. A.; LOGAREZZI, A. J. M. Territorialização no extremo sul da Bahia e conflitos socioambientais: disputando modelos de educação e desenvolvimento. Geosul, Florianópolis, v. 34, n. 71, p. 739-764, abr. 2019. http://doi.org/10.5007/1982-5153.2019v34n71p739
FLEXOR, G.; KATO, K.; LEITE, S. P. Transformações na agricultura brasileira e os desafios para a segurança alimentar e nutricional no século XXI. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2022. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52399. Acesso em: 12 out. 2022.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: Séries temporais. Rio de Janeiro, 2010, Plataforma SIDRA. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-demografico/series-temporais/series-temporais/. Acesso em: 8 mar. 2023.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A geografia do café: dinâmica territorial da produção agropecuária. Rio de Janeiro: IBGE. 2016. E-book (36 p.). ISBN 978-85-240-4401-4. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=299002. Acesso em: 10 jan. 2021.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Base Cartográfica Contínua do Brasil, escala 1:250.000 – BC250: versão 2019. Rio de Janeiro, 2019a, Bases Cartográficas Contínuas do Brasil. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html?caminho=cartas_e_mapas/bases_cartograficas_continuas/bc250/versao2021/. Acesso em: 15 abr. 2021.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PIB dos Municípios 2018 - Atividades agropecuárias mais importantes. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. E-book (16 p.) ISBN 978-65-87201-39-9. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?edicao=29720&t=resultados. Acesso em: 11 ago. 2022.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PIB dos Municípios: Atividades da Agropecuária 2018a. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/pibmunic/#/home. Acesso em: 14 fev. 2023.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal (PAM) – 2019: tabela 5457 - Área plantada ou destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das lavouras temporárias e permanentes. Rio de Janeiro, 2019b, Plataforma SIDRA. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas. Acesso em: 11 ago, 2022.
IBGE - - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produto Interno Bruto dos Municípios – 2018b. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/pibmunic. Acesso em: 13 set. 2022.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. CensoAgro 2017: Ranking (Cana-de-açúcar) dos municípios da Bahia por quantidade produzida. Disponível em: https://censoagro2017.ibge.gov.br/templates/censo_agro/resultadosagro/agricultura.html?localidade=29&tema=76434. Acesso em: 10 jun. 2022.
LEONEL, M. S. Extremo Sul da Bahia: caracterização socioeconômica e os impactos da expansão do setor de base florestal. 2016. Tese (Doutorado em Economia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional) - Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/FACE-ADBH5J. Acesso em: 14 maio 2022.
MALINA, L. L. A territorialização do monopólio no setor celulósico-papeleiro: a atuação da Veracel Celulose no Extremo Sul da Bahia. 2013. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) - Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18022014-152910/pt-br.php. Acesso em: 10 fev. 2021.
MATOS, P. F.; MARAFON, G. J. O setor sucroenergético no Brasil: efeitos e contradições. In: MARAFON, G. J.; ARIAS, L. Q.; SÁNCHEZ, M. A. (org.), Parte I- Estudos territoriais no Brasil e na Costa Rica (online). Rio de Janeiro, 2018. p. 41-59. https://doi.org/10.7476/9788575114995.0003
MORAES, M. A. F. D., 2007. Indicadores do Mercado de Trabalho do Sistema Agroindustrial da Cana-de-Açúcar do Brasil no Período 1992-2005. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 37, p. 875-902, 2007. https://doi.org/10.1590/S0101-41612007000400007.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, 2013. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Brasileiro. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&id=19153. Acesso em: 10 ago. 2021.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Consulta em tabela. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/consulta/planilha. Acesso em: 05 jan. 2022.
SANTOS, J. A. C. et al., Estrutura fundiária nos territórios de identidade da Bahia. Anais da IV Semana do Economista e IV Encontro de Egressos. 2013. Disponível em: http://www.uesc.br/eventos/ivsemeconomista/anais/gt6-2.pdf. Acesso em: 16 jun. 2021.
SEI- Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Regiões Econômicas: Estado da Bahia. 2019. Disponível em: https://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2600&Itemid=661. Acesso em: 10 jun. 2021.
Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos da Licença de Atribuição Creative Commons, que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
SEMA - Secretaria do Meio Ambiente; LIMA - Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente. Avaliação Ambiental Estratégica dos Planos de Expansão da Silvicultura de Eucalipto e Biocombustíveis no Extremo Sul da Bahia. 2011. 481 pp. Disponível em: http://www.lima.coppe.ufrj.br/images/documentos/projetos/03_diagnosti.pdf. Aceso em: 10 fev. 2021.
SILVA et al. Colheita e pós-colheita do café conilon. In: FERRÃO, R. G. et al. Café Conilon. Vitória, Espírito Santo. 2017. p. 495-507. Disponível em: http://portalcoffea.com/wp-content/uploads/2018/11/Livro-Cafe-Conilon-2a-Edicao.pdf. Acesso em: 14 mar. 2021.
SOUZA, R. M.; PEROBELLI, F. S. Diagnóstico espacial da concentração produtiva do café no Brasil, no período de 1991 a 2003. Revista de Economia e Agronegócio, v. 5, p. 353-377. 2007. https://doi.org/10.25070/rea.v5i3.109.
TOLEDO, M. R. Especialização regional produtiva e a atual organização da agricultura no Brasil. Geografia, Londrina, v. 26. n. 2, p. 98-115. Jul./dez. 2017. http://dx.doi.org/10.5433/2447-1747.2017v26n2p98.
UNIÃO NACIONAL DA BIOENERGIA. Usinas/ Destilarias no mundo. 2020. Disponível em: https://www.udop.com.br/index.php?item=unidades&cn=am&id_pais=1. Acesso em: 28 dez. 2021.
VEGRO, C. L. R.; SANTOS, E. H.; LEME, P. H. Mercado e Comercialização do Café Conilon. In: FERRÃO, R. G. et al (ed.). Café conilon. Vitória – ES: INCAPER, 2017. p. 601-620. Disponível em: http://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/handle/123456789/3114. Acesso em: 10 out. 2022.
VIDAL, F. Produção e mercado de etanol. Caderno Setorial ETENE, 2020. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/handle/123456789/1196. Acesso em: 20 out. 2022.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Regiane Oliveira Almeida, Thyane Viana Cruz , Maria Otávia Crepaldi , Leonardo Thompson Silva , Ana Cristina Sousa, Everton Mateus Santos Cerqueira, Anderson Sena