Resumo
Na Porção central do Brasil ocorrem extensas e contínuas chapadas de superfície aplainada, que se apresentam de maneira escalonada, separadas por vales fluviais encaixados, dentre estas, destaca-se na região do Triângulo Mineiro – MG a chapada Uberlândia-Uberaba. Sobre esta ocorrem feições geomorfológicas como veredas e depressões de cimeira povoados por murundus, comumente associados a rede de drenagem em relevo tabular, entendidos aqui, como ambientes chave para interpretação paleoambiental. Para caracterizar e compreender os processos de formação destes ambientes e sua evolução na paisagem foram elaborados índices morfométricos, perfis topográficos e modelos evolutivos de paisagem, apresentando um panorama geral e demonstrando a importância dos elementos geomorfológicos e das paisagens desde as superfícies de aplainamento paleogênicas até os pulsos climáticos holocênicos.
Referências
AB’SÁBER, A. N. Participação das depressões periféricas aplainadas na compartimentação do Planalto brasileiro. Geomorfologia, São Paulo. n. 28, p. 1-38, 1972.
AB’SÁBER, A. N. Compartimentação topográfica e domínios de sedimentação Pós-Cretácios do Brasil. 1962. 80f. Tese (Concurso para a cadeira de Geografia Física) Depto. Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1962.
AB’SÁBER, A. N. Os Domínios de Natureza no Brasil. 6ª ed. São Paulo: Ateliê,, 2003.
ALMEIDA, F. F. M. Os fundamentos geológicos do relevo paulista. Boletim do Instituto de Geografia e Geologia, São Paulo. n. 41, p. 169-263, 1964.
BACCARO, C. A. D. Unidades Geomorfológicas do Triângulo Mineiro Estudo Preliminar. Sociedade & Natureza, v. 3, n (5 e 6), p. 37-42, 1991.
BARBOSA, G. V. Relevo. In: BDMG. (Coord.) Diagnóstico da economia mineira: o espaço natural. Belo Horizonte: BDMG, 1967v. 2, p.69-108.
BARBOSA, I. O.; LACERDA, M. P. C.; BILICH, M. R. Relações pedomorfogeológicas nas chapadas elevadas do Distrito Federal. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Viçosa, v. 33, n. 5, p. 1373-1383, Oct, 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832009000500029.
BARBOSA, O. Quadro provisório das superfícies de erosão e aplainamentos no Brasil. Notícia Geomorfológica, São Paulo, n. 4, p. 31-33, 1959.
BARCELOS, J. H. Reconstrução Paleogeográfica da Sedimentação do Grupo Bauru Baseada na sua Redefinição Estratigráfica Parcial em Território Paulista e no Estudo Preliminar Fora do Estado de São Paulo. 1984. 190p. Tese (Livre Docência) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1984.
BARCELOS, J. H. Geologia Regional e Estratigrafia Cretácica do Triângulo Mineiro. Sociedade & Natureza, v.5, n (9 e 10), p. 9-24, 1993.
BATEZELLI, A. Análise da Sedimentação Cretácea no Triângulo Mineiro e sua correlação com áreas adjacentes. 2003. 187f. Tese (Doutorado em Geologia Regional) Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2003.
BEHLING, H. A high resolution Holoceno pollen record from lago pires, SE Brazil: vegetation, climate and fire history. Journal of Paleolimnology, v. 14, p. 253-268, 1995.
BIGARELLA J. J.; MOUSINHO, M. R., SILVA; J. X. Pediplanos, pedimentos e seus depósitos correlativos. Boletim Paranaense de Geografia, n (16 e 17), p.117-155, 1965.
BOAVENTURA, R. S. Veredas o Berço das Águas. Belo Horizonte: Ecodinâmica,. 2007.
CODEMIG - Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Projeto Triângulo Mineiro - Mapa Geológico 1:100.000. 2017. Disponível em: http://www.portalgeologia.com.br/index.php/mapa/. Acessado em: 10 de maio de 2018.
DE MARTONE. Problemas morfológicos do Brasil Atlântico. Geografia, v .5, n. 4, p. 523-550, 1943.
DIAS, R. L.; PEREZ FILHO, A. Geocronologia de terraços fluviais na bacia hidrográfica do rio Corumbataí-SP a partir de Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 16, n. 2, p. 341 – 349, 2015. http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v16i2.644
FAIRBRIDGE, R. W. World sea-level and climatic changes. Quaternaria, v. 6, p.lll-134, 1962.
FELTRAN FILHO, A. A estruturação das paisagens nas chapadas do Oeste Mineiro. 1997. 251f. Tese (Doutorado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.
FERREIRA, I. M. O afogar das Veredas: uma análise comparativa espacial e temporal das Veredas do Chapadão de catalão (GO). 2003. 242 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências e Ciências exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2003.
FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente; Universidade Federal de Viçosa; Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais; Universidade Federal de Lavras. Mapa de solos do Estado de Minas Gerais. 2010. Disponível em: http://www.feam.br/banco-de-noticias/949-mapas-de-solo-do-estado-de-minas-gerais. Acessado em: 15 de março de 2018.
HIMURA, S. T.; PONÇANO, W. L. Densidade de drenagem e sua relação com fatores geomorfo-pedológicos na área do Alto Rio Pardo, SP e MG. Revista do Instituto Geológico, v. 15, p. 49 – 57, 1994.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cartas Topográficas – Projeto São Paulo / Minas Gerais / Goiás. 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/. Acesso em: 12 de junho, 2017.
KING, L. C. A Geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia,v. 18, n. 2, p. 147-267, 1956.
LIMA, S.do C.; QUEIROZ NETO, J. P. As veredas e a evolução do relevo. Sociedade & Natureza, v. 15, p. 481- 488, 1996.
MAMEDE, L. ROSS, J. L. S.; SANTOS, L. M.; NASCIMENTO, M. A. L. S. Folha SE-22. Goiânia: Geomorfologia. In: RADAMBRASIL. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia/ Secretaria Geral, v. 31, p. 338-410, 1983.
MARQUES NETO, R. As superfícies Geomorfológicas e a evolução do relevo brasileiro: transcurso das ideias e correspondência no sul de Minas Gerais, sudeste do Brasil. Ra'e ga, Curitiba, v. 32, p. 267-295, 2014. http://dx.doi.org/10.5380/raega.v32i0.33726
MARQUES, J. J.; SCHULZE, D. G.; CURI, N. MERZTMAN, S. A. Major element geochemistry and geomorphic relationships in Brazilian Cerrado soils. Catena, v. 119, p. 179-195, 2004. https://doi.org/10.1016/S0016-7061(03)00260-X
MARTINS, F. P.; SALGADO, A. A. R. Chapadas do Brasil: abordagem científica e conceitual. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 17, n. 1, (Jan-Mar), p.163-175, 2016. http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v17i1.806
MOREIRA, V. B. Geocronologia em ambientes de veredas e campos de murundus na chapada Uberlândia-Uberaba : subsídios à evolução da paisagem. 2017, 123f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017.
MOREIRA, V. B.; PEREZ FILHO, A. Veredas in the bom jardim river basin: origin, typologies and topographic and morphological characterization. Caminhos de Geografia, v. 18, p. 283-295, 2017.
MOTTA, P. E. F.; CARVALHO FILHO, A.; KER, J. C.; PEREIRA, N. R.; CARVALHO JUNIOR, W.; BLANCANEAUX, P. Relações solo-superfície geomórfica e evolução da paisagem em uma área do Planalto Central Brasileiro. Pesq. agropec. bras., Brasília, v. 37, n. 6, p.869-878, 2002. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-204X2002000600017
NISHIYAMA, L. Geologia do Município de Uberlândia e Áreas adjacentes. Sociedade & Natureza, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 9-16, jan/dez, 1989.
OLIVEIRA, V. A.; JACOMINE, P. K. T.; COUTO, E. G. Solos do Bioma Cerrado. In: CURI, N; KER, J. C.; NOVAIS, R. F.; TORRADO P. V.; SCHAEFER, C. E. G. R. Pedologia: Solos do Bioma Brasileiro. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2017, p.177-226.
PENTEADO, M. M. Geomorfologia do Setor Centro-Ocidental da Depressão Periférica Paulista. 1968. 195f. Tese (Tese Doutorado em Geografia) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1968.
PENTEADO–ORELLANA, M. M. Microrrelevos associados a térmitas no Cerrado. Notícias Geomorfológicas, Campinas, v. 20, n. 39/40, p. 61-72, 1980.
RAMOS, M. M. V. Veredas do Triângulo Mineiro: solos, água e uso. Ciênc. Agrotec, Lavras, v .30, n. 2, p.283-293, 2006. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-70542006000200014
RODRIGUES, T. R. I. Influência de reservatórios hidrelétricos na gênese e evolução da rede de drenagem no baixo curso do rio São José dos Dourados (SP). 2006. 218f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.
SALGADO, A. A. R. Superfícies de Aplainamento: antigos paradigmas revistos pela ótica dos novos conhecimentos geomorfológicos. Geografias, v. 3, n. 1, p. 64-78, 2007.
SALGADO-LABORIAU, M, L. História Ecológica da Terra. 2ªEd. São Paulo: Edgard Blucher, 1994.
SCHNEIDER, M. O. Bacia do Rio Uberabinha: Uso agrícola do solo e meio ambiente. 1996. 157f. Tese (Doutorado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
SILVA, T, M. Superfícies geomorfológicas do planalto sudeste brasileiro: revisão teórico-conceitual. Geo UERJ, Rio de Janeiro, v. 3, n. 20, p. 1-22, 2009.
STORANI, D. L.; PEREZ FILHO, A. Novas informações sobre geocronologia em níveis de baixo terraço fluvial do Rio Mogi Guaçu, SP, Brasil. Revista Brasileira de Geomorfologia, v.16, n. 2, p.191-199, 2015. http://dx.doi.org/10.20502/rbg.v16i2.656
STRAHLER, A. N. Quantitative analysis of watershed geomorphology. Transactions of the American Geophysical Union, v. 38, n. 6, p. 913–920, 1957. https://doi.org/10.1029/TR038i006p00913
USAF - UNITED STATES AIR FORCE. Fotografias aéreas pancromáticas do município de Uberlândia Escala 1:60000, 1964/1965. (Acervo do laboratório de cartografia do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia)
USGS - UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY. Shuttle Radar Topography Mission. Disponível em: https://earthexplorer.usgs.gov/. Acessado em: 15 de agosto de 2014.
VALADÃO, R, C. 1998. Evolução de longo-termo do relevo do Brasil Oriental: desnudação, superfícies de aplanamento e soerguimentos crustais. 1998. 243f. Tese (Doutorado em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1998.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.