Resumo
O presente trabalho teve o objetivo de estimar o comportamento de um conjunto de telhados verdes em relação à sua capacidade de inibição do escoamento superficial, utilizando a escala espacial de loteamento. A eficiência hidrológica dos telhados verdes foi avaliada em função da redução relativa do volume de escoamento superficial, comparando a situação de implantação da cobertura permeável, em todas as edificações de um loteamento, com a situação de telhado convencional impermeável. As estimativas teóricas utilizaram um modelo hidrológico, com imposição de diversos cenários de precipitação. O efeito das chuvas foi introduzido pela equação de intensidade, duração e frequência local e por distribuições temporais sintéticas. Os tipos e usos do solo foram considerados a partir do parâmetro curva-número. A metodologia proposta foi aplicada para um condomínio residencial situado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Os resultados das simulações hidrológicas indicaram que a implantação de telhados verdes aponta para reduções expressivas do volume de escoamento superficial. Neste contexto, estimaram-se eficiências entre 2,02% e 55,67%. Para condições de solo inicialmente seco, que são comuns após estiagens, foi prevista uma eficiência hidrológica média de 40,35%. A despeito disto, este índice reduz-se para 10,44% em situações de saturação iminente, decorrentes de chuvas anteriores sucessivas. A despeito da sua dependência da umidade antecedente do solo, este potencial de redução do escoamento superficial é considerável. Assim, a implantação de telhados verdes contribui para atenuar as vazões de pico geradas na saída do loteamento, aliviando o sistema público de drenagem e, num contexto mais amplo, reduzindo os riscos de enchentes ribeirinhas nos fundos de vale. Palavras-chave: drenagem urbana, telhados verdes, escoamento superficial.
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