Vídeo-performance: um corpo plugado num artefacto de média-arte digital artivista
Imagem da capa baseada em trabalho de Nivalda Assunção, "Matéria Exposta: Fruta Musa", ensaio visual (2025) publicado neste dossiê.
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Palavras-chave

Artefacto de média-arte
vídeo-performance
pós-humanismo
artivismo
crise climática

Como Citar

Vídeo-performance: um corpo plugado num artefacto de média-arte digital artivista. (2025). Revista Estado Da Arte, 6(1). https://doi.org/10.14393/EdA-v6-n1-2025-75568
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Resumo

Este artigo tem como objeto de estudo um artefacto de média-arte digital intitulado por "Dão água aos mortos que já não têm sede", que combina a vídeo-performance com uma instalação multissensorial para se refletir sobre a atual crise climática. O processo de criação do artefacto abraçou a metodologia a/r/cográfica (Veiga, 2021), acompanhado por um Diário Digital de Bordo onde foram registadas todas as etapas do processo criativo. Neste estudo, o espectro do artefacto expande-se para as múltiplas realidades do corpo, conforme descritas por Santaella (2003), pensando o corpo do performer, nesta vídeo-performance emoldurada na instalação, como um corpo plugado integrado numa narrativa visual e sonora. A instalação é realçada pela transição de paisagens naturais para a desolação ambiental em sete ecrãs que intensificam a carga emocional da obra. A componente física do artefacto, que contém materiais como plástico e palha, envolve os espetadores numa experiência visual, tátil e olfativa, reforçando a conexão humana com a tecnológica na abordagem de temas ambientais. Este projeto artístico funciona como uma manifestação artivista e desafia as perceções do público sobre a relação entre o humano e o meio ambiente, sublinhando a urgência de ações sustentáveis.

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