V4 N2 (2o. sem/2023) - DOSSIÊ: A MIGRAÇÃO DAS IMAGENS
Chamada para submissão de artigos A MIGRAÇÃO DAS IMAGENS
A proposta para publicação do segundo semestre de 2023, consiste no tema “A migração das imagens”. Após um longo período em estado de suspensão, que impôs restrições ao movimento e fluxo dos corpos, as imagens, por sua vez, proliferaram em diversos suportes conferindo novas dimensões tanto para as relações sociais quanto para as abordagens artísticas. Se na era das imagens sublinham-se a capacidade de alternância, de sobreposições, de entrecruzamentos e também de apagamentos diversos, talvez seja mais apropriado entendermos esses deslocamentos como uma migração das imagens. Seguindo um ritmo e desejo interno, elas criam suas próprias regras sob um lugar de passagem, no qual uma imagem sempre encontra outras técnicas e assim amplia, distorce, desestabiliza e multiplica a si mesma. No trânsito migratório de sedução e reflexão, mas também pela capacidade de se subirem umas às outras, elas são tudo e nada ao mesmo tempo, ou uma “mentira brilhante”.
Se a imagem migra, como pensar também a condição de artistas, em diferentes contextos? Não obstante as crises política, econômica e sanitária, artistas mantiveram-se atuantes, ainda que em um estado exílico, já que o "exílio" não denota apenas uma condição de alijamento político e territorial, mas também um estado de consciência. Considerando-se que a arte possa retratar um contínuo estado de suspensão, as abordagens da subjetividade humana se tornam cada vez mais multiplicadoras de uma sociedade que procura se atentar para as singularidades dos sujeitos. O poeta Pablo Neruda em seu poema sobre o exílio, narra a brevidade de nossa existência como a condição de quem transcorre seu tempo.
Essas breves considerações servem de escopo para pensar relações artísticas em uma sociedade globalizada, na qual, processos e processualidades podem ser colocados em questão. O exacerbado uso das tecnologias nas produções contemporâneas tem adensado os questionamentos visuais, políticos e sociais da arte, bem como tem evidenciado as conexões em escala global de mercados e instituições culturais que proliferam em função dos avanços nas tecnologias de comunicação.
Assim, privilegiamos para este número artigos e ensaios que versam sobre a migração das imagens (considerando suas múltiplas formas: visuais, textuais, gráficas, livros-objetos ou mesmo “não livros”, entre outras), assim como diferentes abordagens, por meio das práticas artísticas, de proposições que problematizam as noções de “território” e “exílio”. Entendemos que o hibridismo característico desse grande campo de discussão contribua para questionar as categorias fixas do pensamento e ampliar o diálogo acerca de práticas artísticas contemporâneas e suas estratégias de circulação e de migração. Sendo assim, convidamos artistas, teóricos e estudiosos da arte a discorrer e reelaborar essas noções em frentes discursivas originais. Os artigos poderão privilegiar algumas dessas perspectivas, ou propor outras, seja na obra de um artista ou grupo de artistas; na análise de uma exposição ou coleção de arte; em uma intervenção artística, na dialética reflexiva sobre arte, sociedade e narrativas, etc.
As colaborações devem ter de 25.000 a 35.000 caracteres e serem submetidas no sistema até dia 31 de JANEIRO de 2023. O template e as orientações para autores se encontram no website da revista Estado da Arte. http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaestadodaarte/index
Camila Moreira Rodrigo Freitas e Aninha Duarte
Os Editores
Contato: revistaestadodaarte20@gmail.com