Resumo
Este ensaio visual recorta parte de uma produção de trabalhos feitos em residência artística no Instituo Sacatar, na ilha de Itaparica, Bahia, durante os meses de agosto e novembro de 2023. Estar em meio ao mangue e o mar e fazer-com a maré me fez pensar sobre os espaços-entres das coisas e imaginar a ilha como um corpo em flutuação que se relaciona com outros corpos num deslizar fluído. Em meio às mudanças climáticas, de frente aos finais de mundos anunciados, este pensamento se estende e me pego fabuando que flutuar pode ser um modo de resistência, um gesto de barreira. Sobreviver frente às catástrofes por meio da flutuação me coloca em diálogo com as metamorfoses de uma ecologia e vivência queer. Para além dos processos evolutivos, as transformações de um corpo que está vivo e que não se adapta ao mundo mas que apresenta outros modos de vida.

