Resumen
O que aconteceria se Tunga e Marcel Duchamp jogassem xadrez? Ambos em suas fases maduras, cada qual com seu respectivo tabuleiro? A impossibilidade de respostas para essas perguntas enfrenta o diálogo mudo estabelecido por dois registros fotográficos que conversam através do tempo e do espaço. Um dos registros encontra-se no livro “Olho por Olho”, publicado pelo artista brasileiro juntamente com outros seis volumes na “Caixa Tunga” (2007). A fonte do outro registro se perdeu, mas poderia fazer parte de alguma série ready-made de Duchamp ou de sua “Caixa Valise” criada em 1941. A partir desse jogo de xadrez imaginário é possível refletir tanto sobre a poética, quanto sobre a cuidadosa forma como ambos os artistas construíram suas publicações. Este é o propósito do presente artigo: pensar na complexidade do pensamento de Tunga sob o fio condutor da obra “Olho por Olho”, que assume uma configuração completamente nova a partir de sua publicação no livro homônimo, tendo como interlocutora parte da poética de Marcel Duchamp.