Resumo
Esta pesquisa aborda um conhecimento engendrado em minha prática artística a partir do encontro com interstícios da vida urbana. Trata-se da imagem-experiência, uma imagem portadora de experiência, investida por suas marcas, originada em um gesto de colocar-se em disponibilidade perceptiva. A sua instauração em espaços expositivos marcados por características históricas e cotidianas singulares motivou a reflexão sobre uma ativação mútua entre o trabalho e seu local de inscrição, proporcionando o entendimento da presentificação como uma atualização da imagem-experiência. Os estudos de Henri Lefebvre (1901-1991) sobre a vida cotidiana são fundamentais para refletir, investigar e aprofundar as implicações deste exercício poético que nasce do mundano, de situações de encontro entre brechas na vida que corre. A proposição de uma presentificação da imagem-experiência traz uma perspectiva de relação com a formulação dialética site e nonsite, de Robert Smithson (1938-1973), e também entre conceitos como habitar, de Martin Heidegger (1889-1976).