Resumo
A questão-título do artigo parte da premissa filosófica agambeniana para pensar o que pode ser apontado como novo nos processos de institucionalização de coleções privadas de arte contemporânea no Brasil e quais contribuições estão sendo feitas para o desenvolvimento do sistema da arte. Para tanto, dados coletados em uma tese de doutoramento que investiga as repercussões sociais e artísticas dessa tipologia de instituições são cruzados com outra pesquisa organizada em metodologia qualiquantitativa e trabalho de campo que identificou colecionadoras e colecionadores nas cinco regiões do País. As pesquisas adotam a modelagem conceitual do sistema da arte como ambiente no qual as narrativas artísticas são tramadas em um complexo arranjo de fatores histórico-conjunturais, colocando em permanente confronto seus limites e noções. São abordadas as estratégias de institucionalização, suas escalas heterogêneas de atuação e o papel que desempenham, marcando a configuração e o funcionamento de diferentes modelos adotados para dar visibilidade e legitimação a coleções em um país de dimensão continental e identidades culturais multifacetadas