SOBRE A VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DA ENERGIA CINÉTICA TURBULENTA (EKE) NA CONFLUÊNCIA BRASIL-MALVINAS

Resumo

Este trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade da energia cinética turbulenta (EKE) oceânica na região da Confluência Brasil-Malvinas (CBM). Dados altimétricos de anomalia de velocidade geostróficas foram utilizados para a estimativa da EKE e, ao mesmo tempo, o produto altimétrico de topografia oceânica também foi empregado para a investigação de feições oceanográficas na região de estudo, entre 1992 e 2011. A variabilidade espacial foi investigada a partir de análises de composições em diferentes estágios energéticos da EKE (baixa, média e alta). Foram utilizadas tendências lineares, análises espectrais e de ondeletas para avaliar a variabilidade temporal desta forma de energia. Ainda, foram feitas correlações cruzadas em relação a índices de modos de variabilidade climática. De maneira geral, foi observado que no regime de baixas energias a corrente atinge sua maior extensão ao sul e o regime mais energético ficou marcado pela presença de vórtices liberados pela corrente seguido de retração do primeiro meandro de retroflexão. A EKE teve tendência de aumento significativa ao longo dos 18 anos estudados, com uma taxa positiva de 0,23 cm² s-2 por mês. Esse aumento pode ter ocorrido devido a duas causas: (i) o aumento da atividade de mesoescala na região e (ii) a uma variabilidade interanual da posição média da CBM, relacionada com a intensificação dos campos de ventos de larga escala do hemisfério Sul.