Educação Permanente em Saúde (EPS) e a qualidade dos registros de informações em saúde

um relato de experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2025-75005

Palavras-chave:

Sistemas de informação em saúde, Educação em saúde, Programas de Pós-graduação em Saúde, Internato e residência, Trabalhador da saúde

Resumo

Este artigo apresenta um relato de experiência sobre a implementação de estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS) e Educação Popular para qualificação dos registros no e-SUS por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A intervenção consistiu em seis oficinas dialógicas que promoveram a reflexão crítica sobre o processo de trabalho, utilizando metodologias participativas baseadas na problematização da prática e construção coletiva de soluções. Os resultados demonstraram uma redução de 88,87% nas inconsistências cadastrais, avaliadas por meio de Gráficos de Pareto, além de evidenciarem maior autonomia e empoderamento dos profissionais. A abordagem destacou-se por: (1) integrar ensino e serviço por meio da participação de residentes como facilitadores; (2) fortalecer o vínculo dos ACS com o território; e (3) criar um plano de ação sustentável para manutenção da qualidade dos dados. Apesar dos avanços, identificou-se como desafio a necessidade de ampliar a participação comunitária para consolidar os princípios da Educação Popular. Conclui-se que a EPS, articulada com metodologias participativas, é uma estratégia eficaz para transformação das práticas profissionais na Atenção Primária, com potencial de replicação em outros contextos do SUS. 

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Biografia do Autor

  • Isaac Newton Machado Bezerra, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestrando em Saúde Coletiva na Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

  • Thayná Menezes Santos, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutoranda em Ciências Fisiológicas na Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.

  • Michele Feitoza Silva, Fundação Oswaldo Cruz

    Doutora em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Rio de Janeiro, Brasil; professora no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Rio de Janeiro, Brasil; professora na Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil; coordenadora do Programa de Vocação Científica na Fundação Oswaldo Cruz, Pernambuco, Brasil.

  • Ádala Nayana de Sousa Mata, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil; professora na Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte, Brasil; professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil; coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional na mesma instituição; coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil na mesma instituição.

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Publicado

23-12-2025

Como Citar

BEZERRA, Isaac Newton Machado; SANTOS, Thayná Menezes; SILVA, Michele Feitoza; MATA, Ádala Nayana de Sousa. Educação Permanente em Saúde (EPS) e a qualidade dos registros de informações em saúde: um relato de experiência. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 24, n. 3, p. 369–387, 2025. DOI: 10.14393/REP-2025-75005. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/75005. Acesso em: 26 dez. 2025.

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