Comunicação em saúde para enfermeiros/enfermeiras da Atenção Primária à luz do agir comunicativo
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2024-72986Palavras-chave:
Comunicação em saúde, Enfermeiros em saúde comunitária, Estratégia Saúde da Família, Teoria CríticaResumo
O artigo visa a explorar significados de comunicação em saúde para enfermeiros/as da Atenção Primária à Saúde, em um município do Triângulo Mineiro. Este é um estudo qualitativo, exploratório e descritivo, utilizou-se entrevistas com 29 enfermeiros/as da Estratégia Saúde da Família, gravadas em áudio, transcritas integralmente, analisadas seguindo referencial da Análise de Conteúdo. Identificaram-se duas categorias: a comunicação em saúde como tecnologia leve na atuação com usuários e a comunicação em saúde como elemento para o trabalho multiprofissional e intersetorial. Na primeira, tem-se a referida comunicação como repasse de informação, voltada ao entendimento do usuário sobre procedimentos e tratamento, e assistência à saúde. Na perspectiva do entendimento, aproxima-se do agir comunicativo por meio da linguagem, ainda que a lógica preventiva/curativa seja hegemônica no cotidiano e outros elementos sejam necessários. Na segunda, tem-se uma dimensão da comunicação no trabalho multiprofissional e revelou-se convergente com o agir comunicativo, concretizando-se pela parceria/busca pelo entendimento/integração e solidariedade. O agir comunicativo possibilita aproximação e avanços à prática comunicativa em saúde, visto que pretende impulsionar novos modos de pensar, agir e se comunicar livremente, por meio de interações mais dialógicas, participativas e igualitárias. Destaca-se a necessidade de progresso rumo à salutogênese e à promoção da saúde.
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