Cadê o sentido que estava aqui? O gato comeu! - discutindo o trabalho com a linguagem escrita na educação infantil

Conteúdo do artigo principal

Edith Maria Batista Ferreira
Joelma Reis Correia

Resumo

Este artigo resulta de uma pesquisa realizada durante a disciplina "Linguagem, oralidade e escrita", ministrada no Curso de Especialização para a Docência na Educação Infantil em 2015, promovido pelo Núcleo de Educação e Infância da Universidade Federal do Maranhão (NEIUFMA), em parceria com o Ministério da Educação e Cultura (MEC). Objetivou analisar o trabalho com a linguagem escrita desenvolvido pelas escolas de educação infantil em municípios maranhenses. Foram sujeitos da pesquisa vinte e seis professoras de dezenove instituições públicas de quatro municípios, integrantes deste curso. Compreendendo a linguagem escrita como expressão, comunicação e interação humana, portanto, integrando a vida através dos gêneros discursivos, dialogamos com Bakhtin (1995), Vygotski (1995), Mello (2009; 2012), dentre outros. Os resultados da pesquisa apontam que a escrita deve estar presente nas instituições de educação infantil, entretanto, não deve constituir-se como forma de linguagem exclusiva, negligenciando a presença das múltiplas linguagens. Apontou ainda que as atividades com o foco na escrita são as mesmas para as crianças com idade entre 3 e 5 anos, desconsiderando a forma como melhor elas aprendem e distanciando-se das situações de uso social da escrita, uma vez que estão centradas nos microaspectos da linguagem (GOULART, 2011).


 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Ferreira, E. M. B., & Correia, J. R. (2017). Cadê o sentido que estava aqui? O gato comeu! - discutindo o trabalho com a linguagem escrita na educação infantil . Ensino Em Re-Vista, 1(1), 156–175. https://doi.org/10.14393/ER-v24n1a2017-7
Seção
DOSSIÊ

Referências

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 2009.

______. Lei n. 11.274, 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Diário Oficial da União, Brasília, 7 fev. 2006.

______. Política nacional de educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 1994.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud; Yara Frateschi Vieira. 5.ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

______. Estética da criação verbal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2003.

BRITTO, Luiz Percival Leme. Educação Infantil e cultura escrita. In: MELLO, Suely Amaral; FARIA, Ana Lúcia Goulart de (Orgs.). Linguagens infantis: outras formas de leitura. Campinas: Autores Associados, 2009, p. vii-xiv.

CORAIS, Maria Cristina. A linguagem na vida, a vida na linguagem! Afinal, qual a relação entre educação infantil e alfabetização? In: GOULART, Celília M.A.; SOUZA, Marta (Orgs.). Como alfabetizar? Na roda com professoras dos anos iniciais. Campinas: Papirus, 2015.

FERREIRA, Edith Maria Batista. Formação de professores(as): movimentos de criação? São Luís: UDUFMA, 2013.

GOULART, Cecília M. A. Educação infantil e práticas de letramento: conhecimentos da língua e do discurso de crianças de 4 e 5 anos. Ensino Em Re-Vista,v. 18, n. 1, jan./jun. 2011.

GRECCO, Natália; MENDONÇA, Marina Célia. A aquisição da escrita e gêneros do discurso. In: DEL RÉ, Alessandra; PAULA, Luciana de; MENDONÇA, Marina Célia (Orgs.). Explorando o discurso da criança. São Paulo: Contexto, 2014.

GUARNIERI, Maria Regina. A estratégia do “coaching” na pesquisa de formação de professores. In: MARIN, Alda Junqueira; GIOVANNI, Luciana Maria; GUARNIERI, Maria Regina (Orgs.). Pesquisa com professores no início da escolarização.Araraquara: Junqueira & Marin, 2009, p.69-84.

LEONTIEV, A. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VIGOTSKII, L. S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/Edusp, 2012.

______. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Novos Horizontes, 1978.

LURIA, A. R. O desenvolvimento da escrita na criança. LURIA, A. R. Vigotskii. In: VIGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 8.ed. Trad. Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Ícone, 2001.

MALAGUZZI, Loris. (1994). Ao contrário as cem existem. Bambini. Milão, Fev/ano X, nº 2 (Tradução livre de Ana Lúcia Goulart de Faria, Patrízia Piozzi e Maria Carmem Barbosa).

MELLO, Suely Amaral. O processo de aquisição da escrita na educação infantil: contribuições de Vygotski. In: FARIA, Ana Lúcia Goulart de; MELLO, Suely Amaral. Linguagens infantis: outras formas de leitura. 2.ed. Campinas: SP: Autores Associados, 2009 (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo).

MELLO, Suely Amaral. Um mergulho no letramento a partir da educação infantil. Caderno Temático de Formação, São Paulo, v. 2, p. 46-51, 2004.

MELLO, Suely Amaral. Uma teoria para orientar o pensar e o agir docentes: o enfoque histórico-cultural na prática de educação infantil. In: CHAVES, M. Intervenções Pedagógicas e Educação Infantil. Maringá: EDUEM, 2012, p.19-36.

MUKHINA, Valeria. Psicologia da idade escolar. Trad. Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

PINAZZA, Mônica Apezzato; GOBBI, Marcia Aparecida. Infância e suas linguagens: formação de professores, imaginação e fantasia. In: GOBBI, Marcia Aparecida; PINAZZA, Mônica Apezzato (Org.). Infância e suas linguagens.São Paulo: Cortez, 2014.

VYGOTSKI, L. S. La pre historia del desarrollo del linguaje escrito. Obras escogidas. Madrid: Visor, 1995. v.3.

VITÓRIA, Maria Inês corte.Múltiplas linguagens na educação infantil: a criança sob nova ótica, nova ética e nova estética. Acesso em 01 de maio de 2016. Disponível em: .

ZABALZA, Miguel A. Qualidade na educação infantil.Porto Alegre: ArtMed, 1998.