A ambientalização curricular em um curso de licenciatura em ciências biológicas: experiências docentes sob a perspectiva ecofenomenológica

Conteúdo do artigo principal

Rafael Margatto Aloisio
Valéria Ghisloti Iared

Resumo

O objetivo deste trabalho foi investigar a ambientalização curricular sob o olhar das experiências vivenciadas por professores de um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. A investigação, pautada em referenciais ecofenomenológicos, foi desenvolvida na Universidade Federal do Paraná com o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Após a análise do Projeto Pedagógico Curricular e das ementas das disciplinas do curso, percebeu-se que 21 disciplinas eram condizentes com a ambientalização curricular. Seis docentes responsáveis pelas disciplinas foram convidados a participar de uma entrevista por meio de um walking ethnography, que resultaram em seis narrativas.  Por meio da análise das seis narrativas, emergiram três categorias intituladas de: i) Postura cotidiana; ii) Memórias; e iii) Relação pessoal e profissional. As discussões demonstram a importância de abordar as temáticas ambientais na Educação Superior de forma que propiciem reflexões e vivências para além do antropocentrismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Aloisio, R. M., & Iared, V. G. (2024). A ambientalização curricular em um curso de licenciatura em ciências biológicas: experiências docentes sob a perspectiva ecofenomenológica. Ensino Em Re-Vista, 31(Contínua), 1–26. https://doi.org/10.14393/ER-v31e2024-27
Seção
DEMANDA CONTÍNUA

Referências

ALVES, M. F. S.; BUFFON, A. D.; NEVES, M. C. D. A fenomenologia como uma abordagem metodológica. In: Magalhães Junior, C. A. O.; BATISTA, M. C. Metodologia da pesquisa em educação e ensino de ciências. Maringá: Gráfica e editora Massoni, 2021.

AVERSI, T. L. R. Ambientalização curricular em cursos de Pedagogia de instituições privadas do município de São Paulo: desafios e proposições. 2015. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.

BARBA, C. H.; FEZA, E. C. R. Políticas curriculares em educação ambientalno curso de pedagogia: um estudo de caso na universidade federal de rondônia-UNIR. Revista Espaço do Currículo, João Pessoa, v. 11, n. 3, p. 516-530, 2018.

BARCELOS, V. H. L.; NOAL, F. O. A temática ambiental e a educação: uma aproximação necessária. In NOAL, F. O.; REIGOTA, M.; BARCELOS, V. H. L. (org) Tendências da Educação Ambiental Brasileira. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998, 97-112 p.

BORGES, M.G. Formas de aprender em um mundo mais que humano: emaranhados de pessoas, coisas e instituições na ambientalização do contexto escolar. 2014. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

BROWN, C.; TOADVINE, T. Eco-Phenomenology: back to the earth itself. Albany: State University of New York Press, 2003.

CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

CARVALHO, I. C. M.; STEIL, C. A. Percepção e ambiente: aportes para uma epistemologia ecológica. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. especial, p. 59, mar. 2013.

CARVALHO, I. C. M.; MHULE, R. P. Intenção e atenção nos processos de aprendizagem. Por uma educação ambiental “fora da caixa”. Ambiente & Educação. v. 21, n. 1, p. 26-40, 2016.

CHARLOT, B. A educação ambiental na sociedade contemporânea: bricolagem pedagógica ou projeto antropológico? Pesquisa em Educação Ambiental, v. 15, n. 1, p. 10-19, 2020.

CLOUGH, P.; HALLEY, J. (Eds). The affective turn: theorizing the social. Durham: Duke University Press, 2007.

FIGUEIREDO, M. L. et al. Educação para ambientalização curricular: diálogos necessários. São José: ICEP, 2017. 200 p.

GADAMER, H.G. Verdade e método. 3ª ed. Tradução de Flávio Paulo Meurer. - Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

GOMES, H. A.; IARED, V. G. A pedagogia waldorf e a educação ambiental: um diálogo a partir de uma perspectiva ecofenomenológica. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 38, n. 1, p. 202-223, jan./abr. 2021.

GOMES, H. A.; SILVA, C. T.; IARED, V. G. Afetividade, emoção e a experiência estética na pesquisa em educação ambiental. In: BRITO, Glaucia da Silva. Cultura, escola e processos formativos em educação: percursos metodológicos e significados. Rio de Janeiro: Bg Business Graphics Editora, 2020. p. 244-258.

GONZÁLEZ-GAUDIANO, E. Educação Ambiental. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.

GUERRA, A. F. S.; FIGUEIREDO, M. L. Ambientalização curricular na Educação Superior: desafios e perspectivas. Educar em Revista, Edição Especial n. 3, p. 109-126, 2014.

IARED, V. G. (Eco)Narrativa de uma caminhada na floresta australiana. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 36, n. 3, p. 198-212, dez. 2019.

IARED, V. G.; OLIVEIRA, H. T. O walking ethnography: para a compreensão das interações corporais e multissensoriais na educação ambiental. Ambiente e Sociedade, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 99-116, jul. 2017.

INGOLD, T. Chega de etnografia! A educação da atenção como propósito da antropologia. Educação, v. 39, n. 3, p. 404-411, set/dez. 2016.

INGOLD, T. Correspondences. 1 ed. Aberdeen: University of Aberdeen, 2017.

INGOLD, T. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, 2010.

JICKLING B. Education Revisited: Creating Educational Experiences That Are Held, Felt, and Disruptive. In: JICKLING B., STERLING S. (eds) Post-Sustainability and Environmental Education. Palgrave Studies in Education and the Environment. Cham, Switzerland: Palgrave Macmillan, 2017, p. 15-30.

JUNYENT, M.; GELI, A. M.; ARBAT, E. Características de la ambientalización curricular: modelo ACES. In: JUNYENT, M.; GELI, A. M.; ARBAT, E. (Eds). Ambientalização curricular de los estúdios superiores. Girona: Universitad de Girona-Red ACES, 2003.

LEME, P. C. S. et al. Visões e experiências ibero-americanas de sustentabilidade nas universidades. São Paulo-Madrid: USP-UAM, 2012.

LEMOS, G. N.; MARANHÃO, R. R Viveiros Educadores: plantando vida. Brasília: MMA, 2008, 84 p.

MARCOMIN, F. E.; NEIMAN, Z. A inserção da educação ambiental no ensino superior: possibilidades, limitações, riscos y acertos. In: ESCHENHAGEN, M. L. y LÓPEZ-PÉREZ, F. (Editores). Posibilidades para la ambientalización de la educación superior en América Latina: propuestas teóricas y tendencias. Medellín: Universidad Pontificia Bolivariana y Universidad de Medellín. pp. 113 – 144. 2016.

MARIN, A. A. Ética, estética e educação ambiental. Revista de Educação PUC-Campinas, n. 22, p. 109-118, junho 2007.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MERLEAU-PONTY, M. O visível e o invisível. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1971.

MEZALIRA, S. M. A perspectiva da complexidade na compreensão da relação Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) no ensino de Ciências Naturais. Revista Espaço Acadêmico, ano VII, n. 75, 2007.

MOTA, J. C.; KITZMANN, D. I. S. Proposta metodológica para a ambientalização curricular: Integrando a Educação Ambiental nos currículos da Educação Superior. 2020. 235 f. Tese (Doutorado em Educação Ambiental) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS, 2020.

OLIVEIRA, H. T. Transdisciplinaridade In: FERRARO JUNIOR, L. A. (org) Encontros e caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. 333-342 p.

OLIVEIRA, H. T. Reflexões Sobre o Processo de Ambientalização na Universidade Federal de São Carlos: Entrelaçando Inserção Curricular, Gestão Ambiental, Ação em Rede e Políticas Públicas. In: FIGUEIREDO, M. L.; GUERRA, A. F. S.; ANDRADE, I. C. F.; LIMA, L. C.; ARRUDA, M. P.; MENEZES, R. M. Educação para ambientalização curricular: diálogos necessários. São José: ICEP, 2017. 43-59 p.

PASSOS, L. A.; SATO, M. Educação Ambiental: o currículo nas sendas da fenomenologia merleau-pontyana. In: SAUVÉ, Lucie; ORELLANA, Isabel; SATO, Michèle (Orgs.). Sujets choisis en éducation relative à l'environnement - D'une Amérique à l'autre. Montréal: ERE-UQAM, 2002.

PAYNE, P. G. (Un)timely ecophenomelogical framings of environmental education research. In: STEVENSON, R. B. et al. International Handbook of Research on Environmental Education. New York: Routledge Publishers, 2013. p. 424-437.

PAYNE, P. et al. Affectivity in environmental education research. Pesquisa em Educação Ambiental, v. 13, Edição Especial, p. 93-114, 2018.

PESSOA, W. D.; MOTA, J. C.; SAMÁ, S. A integração da Educação Ambiental na formação do biomédico em uma Universidade comunitária: indícios a partir dos princípios da ambientalização curricular. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 1, p. 4-19, jun. 2018.

RODRIGUES, C. O vagabondingcomo estratégia pedagógica para a “desconstrução fenomenológica” em programas experienciais de educação ambiental. Educação em Revista, v. 31, n. 1, p. 303-327, 2015.

SATO, M. Ecofenomenologia: uma janela ao mundo. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande do Sul, Ed. Especial, p. 10-27, jul. 2016.

STEIL, C. A.; CARVALHO, I. C. M. Epistemologias ecológicas: delimitando um conceito. Mana, v. 20, n.1, p. 163-183, 2014.

THOMAZ, C. E.; CAMARGO, D. M. P. Educação ambiental no ensino superior: múltiplos olhares. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 18, p. 303-318, 2007.

TRISTÃO, M. Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensado e o vivido. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p.251-264, maio/ago. 2005.

WASZAK, J. G. N.; SANTOS, S. V. Ambientalização Curricular no curso de Licenciatura em Ciências da Natureza: análise à luz do indicador de flexibilidade e permeabilidade. Revista Portuguesa de Pedagogia, v. 2, n. 252, p. 69-87, 2018.