Resistência e conflito nos territórios quilombolas
inserindo intitulamentos ambientais coletivos no debate sobre o reconhecimento de populações tradicionais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT122614Resumen
RESUMO: Este trabalho procura apresentar a importância da inserção de uma dimensão de análise que abarque a compreensão de aspectos ambientais na dinâmica de desenvolvimento das comunidades tradicionais. Aqui, propomos a análise de duas comunidades quilombolas ameaçadas por grandes obras no Rio São Francisco, principalmente no que tange aos seus intitulamentos ambientais. Para tanto, fazemos uma comparação com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais e aquilo que ocorre nas comunidades quilombolas de Cupira (PE) e de Resina (SE). Diante de propostas voltadas para o desenvolvimentismo, interessa-nos chamar a atenção para os conflitos que as grandes obras de infraestrutura trouxeram para a população tradicional, que na maior parte das vezes, teve sua forma de vida transformada por elas. Assim, acreditamos haver uma dicotomia nas medidas adotadas por um Estado que promove ações muito mais caracterizadas e aderentes a um discurso político que privilegia o processo de crescimento econômico, relegando a um segundo momento o debate em relação aos processos multidimensionais de desenvolvimento.