A campesinidade e o agrohidronegócio em Mucugê, Chapada Diamantina-Bahia
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT164101Resumo
O artigo aborda as configurações territoriais de Mucugê, Chapada Diamantina - Bahia, no contexto dos territórios rurais onde coexistem o agrohidronegócio e a campesinidade. Buscou-se refletir sobres a multiplicidade das territorialidades, por vezes conflitantes na realidade local. A metodologia está pautada na discussão dos referenciais teóricos concernentes à questão agrária, ao agrohidronegócio, à campesinidade e à agrobiodiversidade. Buscou-se sistematizar dados secundários relativos às condições sociais de vida da população local, além da elaboração de mapeamentos e pesquisas de campo in loco, que envolve observações diálogos e vivências. Na leitura da realidade em questão, constatou-se que o agrohidronegócio transformou os territórios de Mucugê, impondo lógicas capitalistas de trabalho na terra, todavia, ainda persistem formas alternativas de trabalho e vida pautados na sociabilidade camponesa. Os índices socioeconômicos locais repercutem as contradições sociais intrínsecas ao agrohidronegócio, nos quais foi possível comprovar que a enunciada riqueza e o desenvolvimento proclamado pelos defensores do agrohidronegócio raramente têm contribuído para a melhoria das condições de vida da população local. A criação de territorialidades pelos sujeitos da agricultura familiar camponesa constitui-se como uma estratégia de reprodução social e permanência no campo.