TERRITÓRIO: CONFLITOS E REPRODUÇÃO DO CAPITAL EM MOÇAMBIQUE
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCG0058563Abstract
Em qual medida os processos de administração da terra, que se baseiam na concepção do território único, estão no centro dos conflitos pelo seu acesso, controle e gestão em Moçambique? As disputas pelo acesso, controle e gestão da terra como meio universal de criação de riqueza e bem-estar social, envolvem os sujeitos do campo que são os membros das comunidades locais, os agentes dos órgãos do governo que administram a terra e os que querem acumular ou ampliar seu dinheiro com ela. Nesse contexto, o nosso objetivo é problematizar a concepção do território único, que entendemos ofuscar e aniquilar a importância material da comunidade local, que pode ser resumida como uma categoria espacial vital na organização e reprodução social camponesa; subsidiando as vozes que sempre reivindicaram a necessidade de uma reforma agrária. Os dados usados no debate provêm de várias fontes: acervos dos órgãos do Estado, relatórios de pesquisas e fontes orais de diferentes personalidades. Ao sistematizar tais informações apontamos que a perda da sociobiodiversidade está atrelada ao moinho que tritura interações metabólicas nas quais a dignidade da vida é pilar (territórios campesinos) para subsumir a vida ao imperativo do capital.
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