TONS DO NEGRO NAS MORADIAS URBANAS PERIFÉRICAS: REFLEXOS DO RACISMO BRASILEIRO NA PRECARIEDADE HABITACIONAL E NA NEGAÇÃO DO DIREITO À CIDADE
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCG239061264Palavras-chave:
Precariedade de habitação, Segregação socioespacial, Racismo à brasileiraResumo
O espaço urbano brasileiro abarca relações complexas que demandam referenciais teóricos críticos para compreender os conteúdos que se imprimem e edificam formas na cidade. As formas urbanas, na mundialização contemporânea, expressam dinâmicas de uso e ocupação plurais, criando não apenas uma base física e material que constitui a cidade, mas também conteúdos que negam ou afirmam as lógicas de homogeneidade. Assim, as desigualdades pautadas pela cor dos indivíduos se fazem presentes como negação da forma, através da moradia, cujo conteúdo indica a precariedade de habitação aos residentes de pele escura. O objetivo do presente artigo é analisar a situação habitacional de residentes negros, autodeclarados pretos e pardos, num bairro da periferia de Sorocaba (SP), o Jardim Lopes de Oliveira. A intenção está em refletir acerca dos impactos do racismo brasileiro sobre a qualidade de habitação e o direito à cidade. Realizou-se uma análise pautada pela dialética entre fenótipo, classe e lugar, vislumbrando a não linearidade no racismo brasileiro, por meio da aplicação de questionários. Pode-se constatar precariedade habitacional mais acentuada para residentes autodeclarados pretos, evidenciando um racismo que, ancorado no fenótipo, imprime-se no espaço urbano revelando a urbanização crítica.
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